Certo dia, observando uma conversa entre um grupo de mulheres, comecei a refletir sobre como costumamos não nos sentir suficientes. Fazemos planos de mudar o corpo, aprender inglês, fazer spinning, plástica e trocar de carro.
Quando compartilhamos essas experiências, por vezes parece que falamos sobre projetos que nos tornarão, finalmente, suficientes para a aprovação social. Não é incomum que surjam frases como “quando eu perder peso” ou quando eu “trocar de emprego”. Ter projetos futuros é ótimo! Estudar, trocar de carro, ter um filho… Mas em alguns momentos falamos tanto do futuro que esquecemos de nos sentir suficientes hoje. Mesmo sem carro, já sou suficientemente livre.
Mesmo sem terminar a faculdade, já sou suficientemente autônoma e empoderada. Por que não fazemos as pazes com quem somos hoje? Nos amamos como somos agora, nesse instante, com todas as nossas limitações e possibilidades? Embora os projetos nos motivem, eles também criam um ideal que aprisiona. Não somente porque, ao realizarmos tais projetos, ainda não nos sentiremos suficientes, como também por gerar essas expectativas nas pessoas ao nosso redor.
Quantas de nós não vivemos com maridos, amigos e familiares que esperam que emagreçamos ou aprendamos a dirigir, como se não fossemos suficientes agora?
E se, de repente, estiver tudo bem como está? Não é possível ser amada como se é hoje? Amar-se como se é agora?
Querida, você já é suficiente!