Política ético-racial

Nosso Compromisso com a Equidade Racial

Na Mães que Escrevem, acreditamos que toda transformação real precisa ser antirracista, plural e enraizada na escuta das vozes historicamente silenciadas. Por isso, nosso trabalho é atravessado pelo compromisso contínuo com a equidade racial e a valorização das expressões de mulheres negras, indígenas e periféricas.

Jo Melo é fundadora da revista e mãe solo, autista (PCD) e autodeclarada afro-indígena. Uma mulher que vive o racismo, preconceito e o descaso diariamente por ser quem é, o que demonstra compromisso maior que fomentar ações étnico raciais e de igualdade a pessoas que, assim como ela, buscam espaço de pertencimento.

A escrita, para nós, é ferramenta de resistência, pertencimento, reconstrução e memória. É também um caminho para afirmar identidades, narrar territórios e romper silenciamentos impostos por séculos de colonialismo e racismo estrutural.

A revista tem 90% de suas organizadoras, mulheres não brancas e mães-solo, firmando compromisso com a questão étnico-racial e social.

Caminhos trilhados com mulheres indígenas

Nos últimos anos, temos construído, com respeito e responsabilidade, uma rede de escuta e acolhimento para mulheres indígenas que escrevem, narram, cuidam e resistem.

Algumas de nossas ações incluem:

  • Publicação gratuita de textos de mulheres indígenas, com respeito aos seus modos próprios de escrita, oralidade e expressão cultural;
  • Realização de entrevistas e participações especiais, em que abrimos espaço para que compartilhem suas vivências, saberes e reflexões;
  • Divulgação de livros, iniciativas e ações culturais conduzidas por essas mulheres em nossas redes e newsletters;
  • Manutenção de um canal aberto e contínuo de diálogo, que fortalece vínculos e permite a criação de novas possibilidades de colaboração.

Todas essas ações são gratuitas, pois entendemos que o acesso à palavra, à escuta e à visibilidade é um direito — e também uma forma de reparação.

Caminhos trilhados com mulheres negras

A presença de mulheres negras na Mães que Escrevem é raiz e força que sustenta muito do que somos. Recebemos, publicamos e destacamos textos potentes que partem das vivências de mulheres negras, atravessadas por temas como ancestralidade, maternidade, racismo, autocuidado e espiritualidade. Também entrevistamos autoras, pesquisadoras e artistas negras que compartilham seus saberes com nossas leitoras e fortalecem o compromisso da revista com uma literatura que denuncia, cura e constrói futuro. Seguimos com o compromisso de manter esses caminhos abertos — de visibilidade, valorização e centralidade das vozes negras em nossa narrativa coletiva.

Caminhos trilhados com mulheres com deficiência (PCD)

Na Mães que Escrevem, também construímos espaços de fala e escuta para mulheres com deficiência, reconhecendo as barreiras estruturais que ainda limitam o acesso dessas mulheres à produção cultural e literária. Recebemos e publicamos textos que abordam experiências atravessadas pela deficiência, capacitismo, maternidade e autonomia. Acreditamos na importância de narrativas que questionem os padrões normativos de corpo e linguagem, abrindo espaço para múltiplas formas de existência e expressão. Nosso compromisso é ampliar a acessibilidade, o acolhimento e a presença dessas vozes em tudo o que fazemos.

Ações com prioridade para mulheres racializadas

Em todas as nossas ações , aberturas de vagas voluntárias, convites para colunistas, chamadas para publicação, projetos culturais e oficinas, mulheres racializadas têm prioridade. Essa é uma escolha política e ética. Não se trata de exclusão, mas de correção histórica e de um gesto concreto de redistribuição de voz, visibilidade e oportunidades.

Seguimos aprendendo, ouvindo e nos comprometendo com a construção de um espaço literário e cultural realmente plural, antirracista, acessível e sensível às múltiplas formas de ser mulher.

Compromisso em expansão

Nosso compromisso com a equidade racial não é pontual, nem simbólico: ele faz parte da nossa estrutura, do nosso cotidiano editorial e das nossas escolhas éticas.

Seguiremos fortalecendo esse trabalho, ampliando nossos canais de escuta, publicação e ação voltados às mulheres indígenas e racializadas, com base na construção coletiva, no respeito aos saberes ancestrais e na defesa da diversidade cultural brasileira.

Sabemos que há muito a aprender, e seguimos com humildade, afeto e responsabilidade.

Se você é mulher indígena e quer publicar conosco, ou se deseja colaborar com essa construção, escreva para nós:

📩 contato@maesqueescrevem.com.br
📱 @maesqueescrevem

Porque escrever também é semear mundos possíveis. E o futuro que queremos é tecido com muitas línguas, muitos corpos e muitos territórios.