Mulheres-mães protagonistas da própria história

Será que sou boa mãe?

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Por Glaucia Ank |@glaucia.ank

Eu me pergunto se sou uma boa mãe. Não curto brincar, não monto carros legais e não luto pela vida fictícia que ele me dá nas invencionices dele (nem na brincadeira gosto de violência). Ele corre, cria, conversa, deixa um monte de coisas pelo caminho, esvazia todo o armário, escorrega, cava, chama pra brincar de super-heróis. Eu não sei brincar de super-heróis. Eu só sei sentar e pensar se sou uma boa mãe.
 
Faço contas: se ele tem amigos suficientes, se ele tem tudo que precisa, se meu emprego é bom o bastante pra garantir tudo o que ele gosta, se vale a pena eu ganhar menos pra ter mais tempo pra ser mãe se eu nem sei se sou boa mãe.
 
Se eu ganhasse mais, ele teria mais roupas, estudaria em outra escola, poderíamos morar numa casa com quintal, talvez tivesse amigos na vizinhança pra brincar de queimada no meio da rua no fim da tarde. Se eu tivesse menos tempo, teria mais dinheiro. Teria um carro melhor, levaria a família para viajar, compraríamos os doces e os biscoitos que ele sempre pede no mercado. Compraríamos bolas para queimada, vôlei e basquete.
 
Se eu tivesse mais dinheiro não poderia, claro, acompanhar o jogo dele sentada na calçada, não veria todas as invenções e os supercarros Transformers de Lego que ele fez e, certamente, não poderia viajar por aí. Eu teria coisas, ele teria coisas, mas não teríamos tempo juntos.
 
E tudo isso me faz pensar se sou uma boa mãe de novo. Como? Se não consigo decidir nem o que é melhor pra ele. E pra mim? O que é melhor pra mim? Socorro! Será que sou uma boa mãe?

Revisão: Angelica Filha – @angelicaafilha

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