A pré-adolescência e o fim da melhor mãe do mundo

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A pré-adolescência vem chegando em alta velocidade e em rota de colisão. Na mesma proporção em que os pés e as mãos dos filhos aumentam, os sentimentos também afloram, de uma hora para a outra, com intensidade.

As crises de choro vêm acompanhadas de questionamentos dirigidos a você, pobre mãe, que sonhou colocar aquele ser no colo a vida toda e escutar, de meia em meia hora, que é a melhor mãe do mundo. Da noite para o dia, deixamos de ser perfeitas. E isso dói no fundo da alma, mesmo que sabendo que nunca fomos. Entretanto, ouvir deles, às vezes, palavras mais duras abre um buraco no coração.

Ainda não são adolescentes, mas também não acham graça nas antigas brincadeiras de criança que curtiam até outro dia. Falam gírias que nos transformam instantaneamente na pessoa mais velha do mundo por nunca tê-las ouvido. Ficam vidrados em jogos online.

Mesmo permitindo a diversão eletrônica, está acionado o alerta: orientar para não ficar tanto tempo no game, só falar com quem conhece e não aceitar convite de estranhos. É o momento em que começam a usar o celular para trocar mensagens com amigos, e a mãe corre atrás para conseguir ter um certo controle dos assuntos e com quem estão se relacionando.

Aprendem a “trolar” os colegas, e precisamos explicar, exaustivamente, que a brincadeira não pode ser humilhante nem ofensiva para não se tornar bullying.

Agora não é mais tão simples meninos e meninas serem amigos, porque rola uma dose de vergonha. Se a mãe pergunta sobre um colega do sexo oposto, ficam sem falar e desconversam, com vontade de se esconder e nunca mais conversar contigo. Sem querer, acionamos a chave do isolamento.

Então é hora de viajar, chamar para ver uma série, fazer aquele passeio de domingo para novamente trazer para perto, ainda que um pouquinho.

São mudanças diárias que acontecem diante dos nossos olhos, sem que possamos frear e nem acelerar. A mãe do pré-adolescente vai se adaptando no caminho, seja para educar e confrontar, seja para não perder a conexão conquistada ao longo dos anos. O difícil para eles, nessa fase, é descobrir seu lugar no mundo. Para nós, mães, é encontrar o espaço ideal na vida deles.

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Ana Carolina Nicacio / @carolinasilvajardim

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