Mulheres-mães protagonistas da própria história

Maternidade Empática

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Quando vejo uma mãe no puerpério tenho vontade de abraçar e dizer “Está difícil, eu entendo, mas vai ficar tudo bem, conta comigo.” Tenho vontade de fazer o que fizeram comigo, de dar e ser a rede de apoio que eu esperava.

Às vezes o puerpério pode ser solitário, muitos se afastam, acreditam que não sabem ou podem ajudar. Uma mãe no puerpério quer colo tbm, quer ser respeitada e não, não quer sua opinião aleatoriamente. Quando ela desejar isso, ela irá pedir.

Uma mulher-mãe recém-nascida, sente os julgamentos, críticas e dedos apontados de uma forma tão intensa que dói na alma, palavras que para muitos são banais, para uma mãe tem um peso dobrado.

Uma mãe no puerpério espera uma visita, demonstração de cuidado com ela e com seu bebê. Uma mãe no puerpério acredita que as promessas da gestação serão cumpridas, mas quando chega o dia real, “Cadê todos que diziam que estariam aqui?”

A ficha cai, era tudo uma ilusão, no dia a dia de uma puérpera é ela com ela mesmo, ela que lute pra dar conta e conta nos dedos de uma mão aqueles que ficaram.

Cobram que a mãe de um bebê tenha que descansar, mas não chegam para que ela tenha a oportunidade desse descanso. Quando é uma mãe solo então, vixe! Nem se fala.

 A criança vai crescendo, se desenvolvendo feliz e saudável e, de repente, as pessoas esperam que essa mesma criança, que ao menos pegou no colo quando bebê, ame e receba de braços abertos aqueles que sequer fizeram o mínimo de esforço para ser presente na vida dela, criança sente, assim como a mãe.

E sim, só vai entender o que é ser mãe, quem é mãe. E até as próprias mães julgam o maternar das outras mulheres, pois parecem que esquecem que maternidade não se aprende em livro de receita.

Para todas as mamães no puerpério, eu quero que saibam que suas dores, seus medos, suas novas percepções não são besteiras. Não é frescura sentir esse turbilhão de coisas. Você não é incapaz se não conseguiu arrumar a casa hoje e nem é fraca se está cansada, se às vezes tem vontade de ficar longe do bebê, se quer ter um tempo sozinha isso não significa que não o ama, não se culpe por isso.

Não há nada de errado com você.

Você está aprendendo a ser mãe e está sendo a melhor mãe que seu bebê pode ter.


NOTA: Rosângela faz parte do projeto Saúde Mental das Mães Importa e atende como psicóloga a preço social.

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