A contradição do “maternar”

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Quem disse que nascemos com o chip maternal instalado? Se eu nasci, acho que o meu veio com defeito. Não que eu não tenha querido ser mãe. Nem que não tenha sido, ou não seja, uma boa mãe.

Quando digo “boa”, não me refiro à mãe abnegada, permissiva, superprotetora, tampouco à madrasta de conto de fadas.

Me atrevo a dizer que maternar — verbo que, a meu ver, deveria existir na língua portuguesa — me ajudou a crescer como mulher.

Mas a maternidade nunca preencheu todos os espaços do meu ser, e não deixei de existir nem de ter quereres egoístas e lindamente próprios.

Ao longo desses anos de mãe, reservei — sem culpa nem remorso — um lugarzinho que só cabia uma pessoa: eu. O meu eu de antes, com desejos e sonhos, e a mulher de agora, que se emociona por ainda tê-los e ousar vivê-los.

Ser mãe nunca foi um fim em si mesmo, mas o meio do meu caminho e da minha história de mulher, que ainda tem muito para contar.

Não, meu chip não veio com defeito. Só fui personalizando-o ao longo do meu maternar.

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Marli Oliveira de Amorim / @andra_pleaides

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