Todos que já passaram pela adolescência sabem que essa é uma fase desafiadora. Algumas mães evitam pensar nesse assunto durante toda a infância da cria. Outras, mais ansiosas, se preocupam com a adolescência do filho desde que se descobrem grávidas. De toda forma, é inevitável que a mãe de uma criança se torne mãe de adolescente e se depare com todos as questões relacionadas a esta fase.
Como mãe de adolescente, tento dar conselhos para que minha filha não passe pelas mesmas dificuldades que passei na minha juventude. Gostaria que experiência fosse transmissível geneticamente, já que minha orientação não tem mais tanta influência nas escolhas de minha filha quanto tinha antes. A verdade é que não quero que ela repita meus erros. Meu objetivo é que ela consiga pegar os atalhos que só enxerguei quando já tinham ficado para trás.
Por outro lado, é ainda mais assustadora a possibilidade de minha adolescente aparecer com questões que não sei lidar por total desconhecimento. Assuntos que sequer passaram pela minha cabeça quando fui adolescente. Problemas que não existiam no meu cardápio de opções pré-concebidas. Se já pode ser difícil lidar com assuntos que tenho bagagem para opinar, imagina quando não tenho nenhuma experiência?
Ao tentar evitar esses dois tipos de problemas tão opostos, noto que seria impossível ter sucesso nessa empreitada. Porque se minha filha não tiver as dificuldades que eu tive, nem as que eu não tive, então ela seria a única pessoa do mundo a passar pela adolescência com facilidade. Isso é, seria a única adolescente do mundo a não cometer erros, nem passar perrengues ou situações difíceis.
Sabendo que este objetivo é impossível, só me resta esperar que as dores da adolescência dela tragam maturidade. Que ela encontre ferramentas para lidar com as situações que se apresentarem. Que construa sua própria independência. Enfim, que as experiências dela tragam aprendizado, conhecimento e traquejo para enfrentar a vida adulta.