A obrigação é a ausência do sentir, sigo sozinha
Córpus em extensão do mesmo, partilham das mesmas marcas,
colocadas lá em simetria, cala, a boca da alma, que grita e
ecoa fundo,
Por que temos que ser tão fortes?
Eu não deveria ser tão forte!
Vejo corpus em metamórficos estados de erupção, minando
luta pelas rachaduras da carapaça dura e resistente.
— Você aguenta!
*Eu não quero aguentar!
*Quero poder chorar!
— Você suporta!!! Blá blá blá…
Enfim… Vi meu corpo cheio de marcas que eu não consigo
tirar, vi as mesmas marcas nas minhas filhas, amigas, homens,
gays, trans, pretos, em todos! Era possível sentir como real
extensão de mim, só que o que machuca também alimenta, e
temos fome do olhar que respeita!
A marca vai estar sempre lá, em mim, no outro, e quer saber?
“Danisse!”
Hoje vejo e entendo que trago no corpo, respeito que partilho disso
com o outro, eu? Sigo! Só sou aquilo que consigo, quer saber de
mim? veste minha pele. Quer saber de si? Entregue-se, quer saber
do outro? enxergue-se lá!
Um objeto de desejo?
O corpo ser só um corpo, sem o medo do peso no olhar do outro.
Por Débora Santos – @debrao_okuta