A mãe exausta.
Essa é a parte talvez mais difícil de maternar.
Não pelo fato da criança tá doente em si.
Mas pelo fato de já ter no dia a dia a carga maior de cuidados físicos e mentais com a criança.
A gente já vivi no limite da paciência e no limite do que dá pra fazer.
É o choro que cessa só com o colo da mãe. É a mãe que sustenta as birras com acolhimento – ou não, porque às vezes acontece.
É a mãe que pensa, planeja, estrutura, faz a logística de tudo na vida da criança.
E aí… A criança adoece.
Pensa na carga que multiplica.
Pensa no peso que dói.
Pensa na paciência que falta.
Falta acolhimento pra mãe.
Falta amparo pra mãe.
E a mãe tem que dar tudo que não tem pra criança.
Nunca na vida senti uma dor tão forte quanto a de dar o que não tenho.
Nunca na vida senti os meus limites emocionais quase que visíveis e materializados na minha frente.
E eu me culpo.
E dói.
E eu tento respirar e perceber que eu faço e sempre fiz o meu melhor.
Mas às vezes o meu melhor não é suficiente quando você não tem o que a criança precisa.
Esses dias com ele doente eu entrei no modo automático dá exaustão e perdi a paciência.
No outro dia ele falou do nada: “mamãe quando eu crescer bem grande eu vou fazer o seu café”.
Eu não sei de onde ele tirou isso. Mas eu sei que ele tem lua em touro e sei que a maior prova de amor e efeto que ele vai conseguir demonstrar é através de gestos como esse.
Eu olhei e com lágrimas nos olhos eu disse: a mamãe vai amar.
Sabe, a gente pode ser a nossa pior versão em um dia, mas eles vão tá sempre ali, vendo e instigando a nossa melhor versão no dia seguinte.
Como é difícil maternar, eu repito pra mim todos os dias.
E como é um aprendizado maternar, eu também repito pra mim todos os dias.
Seguimos.