Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | Quando a criança adoece

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A mãe exausta.

Essa é a parte talvez mais difícil de maternar.

Não pelo fato da criança tá doente em si.

Mas pelo fato de já ter no dia a dia a carga maior de cuidados físicos e mentais com a criança.

A gente já vivi no limite da paciência e no limite do que dá pra fazer.

É o choro que cessa só com o colo da mãe. É a mãe que sustenta as birras com acolhimento – ou não, porque às vezes acontece. 

É a mãe que pensa, planeja, estrutura, faz a logística de tudo na vida da criança.

E aí… A criança adoece.

Pensa na carga que multiplica.

Pensa no peso que dói.

Pensa na paciência que falta.

Falta acolhimento pra mãe.

Falta amparo pra mãe.

E a mãe tem que dar tudo que não tem pra criança.

Nunca na vida senti uma dor tão forte quanto a de dar o que não tenho. 

Nunca na vida senti os meus limites emocionais quase que visíveis e materializados na minha frente.

E eu me culpo.

E dói.

E eu tento respirar e perceber que eu faço e sempre fiz o meu melhor.

Mas às vezes o meu melhor não é suficiente quando você não tem o que a criança precisa.

Esses dias com ele doente eu entrei no modo automático dá exaustão e perdi a paciência. 

No outro dia ele falou do nada: “mamãe quando eu crescer bem grande eu vou fazer o seu café”.

Eu não sei de onde ele tirou isso. Mas eu sei que ele tem lua em touro e sei que a maior prova de amor e efeto que ele vai conseguir demonstrar é através de gestos como esse.

Eu olhei e com lágrimas nos olhos eu disse: a mamãe vai amar.

Sabe, a gente pode ser a nossa pior versão em um dia, mas eles vão tá sempre ali, vendo e instigando a nossa melhor versão no dia seguinte.

Como é difícil maternar, eu repito pra mim todos os dias.

E como é um aprendizado maternar, eu também repito pra mim todos os dias.

Seguimos.

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