Por Aline Munhóz Redü | @alineredü
Há um ano tomei a decisão de voltar a estudar, escolhi a pedagogia. Julguei que alguma coisa nesses cinco anos de maternidade exclusiva me dariam uma base para o curso.
Quando nasceu a mãe Aline nasceu a pesquisadora, também as dúvidas eram (e são), imensas. A mãe pesquisa sobre tudo, enxoval, parto, amamentação, educação positiva.
Usando fontes variadas, desde mulheres mais velhas da família, livros, vizinhas e como não, a internet. Tudo está sob o mais perfeito controle, só esquecemos de combinar com o bebê. Quando ele chega não há achado científico que aguente, o que começa a agir é o instinto.
Na universidade aprendo a teoria do meu instinto.
Outro dia em uma aula de psicologia da educação, a professora falou sobre o conceito de um animal à espreita, eu logo liguei o termo a minha maternidade. Sempre à espreita, pronta para agir a qualquer hora. Espreita: substantivo feminino.
Mesmo à espreita, mães falham. Errar com os filhos, sem dúvidas, é o erro que mais dói. E olha já me libertei da ilusão de não errar, estou consciente que os erros existirão, é natural, mas … A tentativa de não errar é um caso à parte, a escolha da abordagem a ser seguida na educação dos filhos é uma avaliação quase que diária.
Esses dias encontrei uma prima, que teve sua primeira filha há pouco mais de um ano. Em meio a trocas de experiências sobre maternidade, ela me disse:
– Criei meus irmãos, achei que eu ia ter facilidade com a minha filha. Mas é tão difícil.
Eu imediatamente, como animal à espreita que sou, respondi instintivamente:
– É porque com os nossos vem a culpa.
Nos olhamos nos olhos e rimos, estava entendido.
Quando eu quis ter um filho decidi que ficaria em casa na sua primeira infância, mas depois de alguns anos senti a necessidade de me afastar da Aline mãe e poder me reconectar com a Aline filha, aquela que tem a dádiva de não estar à espreita.
Revisão: Stefânia Acioli – @tevejomae