Mulheres-mães protagonistas da própria história

“O tal ‘instinto materno’ não nasce com a mulher”

“O tal ‘instinto materno’ não nasce com a mulher”

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Palavra de especialista, por Fernanda Ferrari – CRP 03/12013 – @fernandaferraripsi 

Fria. Egoísta. Seca. Ruim.

Achou pesado o uso dessa sequência de adjetivos? Pois infelizmente, é assim (ou às vezes até muito pior) que são rotuladas as mulheres que optam por não serem mães.
Por uma construção histórica, crenças extremamente arraigadas e pensamentos machistas, durante séculos, a figura da mulher foi atrelada à maternidade, ao sagrado ato de gerar vidas.

É como se fosse quase que uma consequência da sua existência: para ser completa como mulher, é inerente ser mãe.

Só que não! O tal “instinto materno” não nasce com a mulher. É algo construído multifatorialmente durante a sua formação enquanto sujeito e pode simplesmente não acontecer.

Os tempos mudaram (e muito) e fora toda revolução e independência feminina, existem outras questões aqui.

Qual o problema em não querer ter filhos?

As razões são inúmeras e muito peculiares para cada mulher. Há quem não possa ser mãe por motivos de saúde; outras acreditam que não conseguem equilibrar a vida profissional com a maternidade; outras não têm afinidade com crianças; algumas acham que ter filhos pode influenciar na sua liberdade.

Os motivos são inúmeros e complexos, mas são reais, legítimos e merecem respeito.
Quem é mãe sabe que, por mais maravilhoso que isso possa ser (falo aqui com propriedade como uma mãe verdadeiramente apaixonada), romantizar a maternidade também seria meio irreal ou até irresponsável.

Que mãe nunca teve vontade de sair correndo num momento de stress? Atire a primeira pedra.
A proposta do meu texto é sermos menos julgadores (sim, o ser humano julga até sem querer julgar) e mais empáticos e solidários com as escolhas dos outros.

“Os outros”, hoje, especificamente, são essas mulheres que decidiram não ter filhos. Nós, mulheres, já somos tão julgadas por tantas coisas; não levemos mais essa para a conta.
A escolha de ter um filho é séria, é pessoal e intransferível.

Sejamos rede de apoio, sejamos colo, sejamos afeto.

Revisão: Gisele Sertão – @afagodemaeoficial 

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