Assim que descobrimos que ela nos faria uma visita, começamos a arrumar a casa para recebê-la da melhor forma.
Separei um jogo de toalhas de banho e de rosto e mandei bordar com o seu nome; comprei os ingredientes para fazer a sua sobremesa favorita; antecipei algumas agendas de trabalho.
Queríamos estar preparados e disponíveis quando ela chegasse para que sua visita fosse o menos inconveniente possível, já que ela é daquelas visitas que não temos como negar no pós parto. Pelo contrário, ela é uma das visitas mais esperadas nesse período, apesar de desconfortável.
Nossa filha nasceu e assim que ela teve notícias do parto, tratou de se apressar para chegar na nossa casa. No segundo dia pós parto começou a nos enviar algumas mensagens.
No terceiro dia pós parto, chegou com tudo, tocou a campainha e já foi entrando.
Notei que trouxe consigo uma mala de 10kg, o que me deixou um pouco apreensiva,
imaginando quantos dias ela pretendia passar com a gente.
Achei melhor não perguntar de cara e evitar o climão. Mas intimamente fiquei contrariada, afinal eu estava vivendo o meu primeiro puerpério, e o mais sensato nesse momento é que as visitas sejam breves e funcionais como a de uma amiga ou familiar que passam na portaria do prédio para deixar uma marmita na hora do almoço, se colocando à disposição sem invadir nosso espaço (rede de apoio que chama!).
Ela parecia ignorar tudo isso e demandou bastante da nossa energia durante toda a noite. Dormiu conosco, interrompendo nosso sono a cada três horas como um reloginho, fazendo meus seios ficarem cheios, quentes e doloridos. A certa altura da noite tive a impressão de sentir até calafrios. Como pode uma visita causar tanto transtorno?
Nossa bebezinha, percebendo o movimento diferente em casa, esteve atenta durante toda a noite, mamando para aliviar os peitos, a cada vez que eu despertava com o mal estar.
E assim fomos até o amanhecer… vimos o sol raiar todos juntos e aqui seguimos manejando essa situação cheios de parceria e organização. Um baita trabalho em equipe, mesmo. Parei de me perguntar quanto tempo duraria sua estadia e me concentrei no que podia fazer: massagem de alívio na aréola antes de amamentar e compressas frias depois.
Agora já vai dar meio dia e meu companheiro está preparando nosso almoço, enquanto eu e minha bebê fazemos sala para nossa visita ilustre que, indiferente ao meu cansaço, fala sem parar, emendando um assunto no outro com a empolgação de quem está adorando o tempo aqui em casa.
Ps.: Durante o falatório, a Apojadura deixou escapar que tem outros compromissos agendados na próxima semana e que até gostaria de ficar mais, mas terá que partir em breve.
_
Autora: Camilla Jordão / @camilla_jordao





