Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | Quando a mãe volta a trabalhar

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Quando a mãe volta a trabalhar.

As demandas aumentam.

Antes era a casa e a criança.

Agora é a casa, a criança e o trabalho.

Antes era a rotina de sono, comida nos horários e as atividades da cria.

Agora é a rotina de sono, a comida nos horários, as atividades da cria e todo o início de um novo projeto empreendedor.

E se tratando de novo projeto e recomeços o que não para é de ter coisa pra fazer.

Só e apenas recomeçar já é cansaço para uma vida inteira.

Somado à privação de sono, as demandas físicas e emocionais de uma criança e a carga que é gerenciar uma casa…

Às vezes acho que não vou aguentar.

O cansaço dói, no corpo e na alma.

Chega a ser desumano e me questiono: será que era pra eu voltar a trabalhar mesmo?

Junto com isso, há uma cobrança invisível e social de que eu deveria estar dando atenção pro meu filho. As cobranças são em pequenas ações das pessoas ao meu redor que me fazem olhar pra isso. (Um dia que estava mais ausente no celular e isso foi falado).

Outro dia que precisei no fim de semana para trabalhar e incomodou, daqueles incômodos que não precisam de palavras. A gente sente.

Um homem ausente é facilmente compreendido, ou melhor exige compreensão porque “estava trabalhando pra dar o melhor pra nossa família, é pela gente”, já uma mulher… é egoísta, não é mesmo? Está focando só nela.

Mas quer saber? Ninguém, repete: N.I.N.G.U.É.M vai fazer isso por você. Fique firme nos seus valores e objetivos e continue.

Quando eu estou trabalhando é quando eu encontro com a Luana aqui dentro.

A Luana que não é mãe, não é filha, não é esposa, não é papel social nenhum que esperam dela. É apenas a Luana. Eu, eu e eu servindo ao mundo com o que eu sei fazer de melhor – e não, não é a maternidade, se esperam uma Virgem Maria aqui, expectativas serão frustradas, a maternidade está longe de ser meu melhor trabalho. E é por isso, por precisar encontrar comigo todos os dias e me sentir inteira, que eu continuo matando quantos leões forem necessários e enfrentando quantas savanas solitárias na noite escura precisar. Porque é por mim. Pela minha vida. Meus valores e para que eu esteja inteira o suficiente pra dar. A presença que meu filho precisa nos momentos em que estou com ele.

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