COLUNA | Onde foi parar o “eu” que estava aqui?

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Aí você vira mãe e todas as suas prioridades e ideias mudaram. E agora?

Você não é mais você e se revira dentro de si mesma se questionando para onde foram todas as vontades, desejos e ideias que tinha antes. Agora, sua mente e seu corpo se doam em sua inteireza em prol de outra criatura e sua sobrevivência.

Palavras de ordem e de autoconhecimento foram penduradas ao longo das paredes de casa para que você não se esquecesse ou se forçasse a lembrar que não morreu aquela que antes vivia aí. As prateleiras se encheram de todo o tipo de livro de autoajuda e maternidade que poderiam haver.

Suas conversas só giram em volta dos assuntos concernentes ao bebê, se a cor do cocô está boa, se está se alimentando, quando posso começar a pensar em Introdução alimentar, BLW, desfralde, se ter dado a chupeta foi bom, se o leite do peito fica mesmo fraco depois de um tempo.

Após um período as conversas passam a ser sobre o corpo e as mais diversas reclamações sobre o mesmo, bem como alguns outros assuntos de cunho mais filosóficos como se um dia a vida vai voltar a ser como era antes. E se não voltar como vai ser?

Sem se dar a menor conta de que a vida já mudou a partir do momento da concepção.

Spoiler alert: nunca mais vai ser a mesma. Mas não quer dizer também que será pior, ou melhor. Será apenas diferente. Como qualquer outra mudança pela qual você já passou ou passará. Mas essa é do tipo tamanho jumbo.

E até você mesma pode ser que nunca mais volte naquela “versão original” que antes existia e tomava conta do seu ser e da sua vida. Que bom por isso! Porque as melhores coisas das nossas vidas nos ensinam e nos transformam, expandem nossos horizontes e nos dão uma liberdade enorme para sermos quem talvez realmente já éramos e não sabíamos!

Viva ao poder de transformação que a maternidade carrega consigo e as novas “eus” que poderemos achar nesse percurso!

Autor

  • Ana Luisa Manfrin Teixeira

    Oiê! Meu nome é Ana Luísa, mas todos me conhecem como Aninha. Sempre amei escrever e ler e não à toa fui estudar Letras assim que me formei na escola. Após a finalização da minha graduação, decidi que gostaria mesmo era de lecionar e então fiz como segunda graduação Pedagogia e me especializei em um mestrado na área na Alemanha. Eu e meu marido nos casamos antes de nos mudarmos para Munique e aqui, tão longe de casa, com um oceano nos separando da nossa família foi que me encontrei de verdade. Como esposa, profissional, imigrante e, depois de alguns anos já morando em terras germânicas, como mãe. O maternar me ensina e desafia a cada dia e colocar todas as frustrações, experiências e alegrias da maternidade no papel torna a jornada toda muito mais especial.

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