Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | Criando sua vila longe de casa – Rede de apoio no exterior

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Na época em que tive a minha filha estávamos no ápice da pandemia e nem meu marido pôde me acompanhar durante todo o processo dentro do hospital. Tentei levar com leveza e bom humor, mas tenho que admitir que foi bem solitário.

Quando fomos para casa me senti muito aliviada que teria alguém para compartilhar da minha solidão e do meu desespero, pois ainda no hospital Sofia já tinha passado duas noites sem dormir e com fome já que meu leite não descia.

Foi muito bom ter um mundinho só nosso, em três, durante um tempo. Mas ficou claro que em um longo prazo seria muito desgastante para todos os envolvidos a criação solitária de um bebê.
Temos parentes no país em que vivemos, mas em outro estado, então não podemos ir e vir o tempo todo bem como eles não podem estar conosco tanto quanto gostaríamos. Converso todos os dias por vídeo-chamada com meus pais, mas também não é a mesma coisa que tê-los ao nosso lado.

Sofia já tinha 2 meses e eu estava querendo me entregar ao desespero de estar criando um bebê num ambiente tão isolado, quando me dei conta de que não precisaria ser assim.

Temos na nossa mente que rede de apoio só pode ser mãe, pai, parente, amigos muito próximos, mas não nos damos conta de que, independentemente de onde vivamos, sempre haverá uma comunidade de novos pais tão perdidos quanto nós.

Não precisa ser pessoas da mesma nacionalidade nem que fale a mesma língua. Aqui em casa temos por exemplo uma vizinha que olha o nenê nos cinco minutos que eu desço para lavar a roupa suja quando meu marido não está. E isso já é ser rede de apoio!
Se cerque de pessoas que estejam na mesma situação que você, vá ao parquinho, encontros de bebês, cursos de natação para bebês, jogo de sinuca da esquina! Sempre que possível dê a chance ao seu bebê de experienciar novas situações com pessoas novas. Mas lógico, dentro dos limites do razoável para um bebê pequeno. Para quem mora longe de casa o ideal é criar sua própria rede, com novos e ricos laços que só morando no exterior é capaz de se ter.

É importante também ter em mente que morar em outro país é sempre estar fora da sua caixinha, fora do seu lugar de conforto. E, para as mães de uma maneira geral, é um desafio a mais ter de criar esse ambiente seguro para o filho quando ele mesmo não está seguro.
Por isso, mães que moram fora, uni-vos! Força para seguir em frente e criar a vila que seus filhos (e vocês também!) precisam.

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