Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | O Adolescente e a Madrasta

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Conviver com um adolescente tem um grau de complexidade maior do que com uma criança. É como se fosse uma fase mais difícil de um videogame, em que parece ser impossível conseguir passar para a etapa posterior. Essa sensação vale para todos os que convivem com esse futuro adulto, inclusive as madrastas.

Ser madrasta, qualquer que seja a idade do enteado, não é uma tarefa simples. Trata-se da construção de um relacionamento que não conta com a facilitação de hormônios do puerpério, nem com a eternidade de laços sanguíneos, tampouco com a autoridade do título de mãe. É uma convivência com alguém que já tem alguma experiência anterior e que recebe uma criação diferente do que você daria. Se já não é simples quando se trata de uma criança, com um adolescente é ainda mais complicado.

Por outro lado, na adolescência, todas as insatisfações e críticas costumam ser direcionadas ao pai e mãe. Esta é a oportunidade da madrasta: ela não é a mãe, então provavelmente não vai receber essa carga tão difícil de lidar. A madrasta pode inclusive contribuir para o bom relacionamento do adolescente com o pai, quase como um mediador, por ser um adulto olhando a situação “de fora” (mas nem tão de fora assim). Nos casos em que o adolescente é do sexo feminino, a presença de uma mulher adulta, que não seja a mãe, pode contribuir de forma ainda mais relevante.

Claro que nem sempre é construída essa relação de forma tão positiva entre madrasta e enteado. Em casos extremos, a dificuldade no relacionamento com o enteado pode desconstruir o casal formado pelo pai e a madrasta.

Assim como não existe manual para a criação de filhos, também não há uma cartilha para a convivência com um enteado, muito menos com um enteado adolescente. Mesmo sendo uma aventura com destino desconhecido, é possível construir um relacionamento baseado em carinho, respeito, amor e empatia. Não dá para dizer que enteado é a família que a mulher escolhe, já que a real escolha é pelo parceiro (e não pela sua cria). Mas pode-se escolher, sim, construir uma nova família, incluindo o enteado, com laços tão fortes (ou mais) do que qualquer família convencional.

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