Mulheres-mães protagonistas da própria história

Sou só uma mulher comum

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Por Marina Gueiros – @ninnagueiros

Não quero mais o fardo de tentar ser especial. É uma fantasia achar que vamos agradar e caber melhor no desejo de quem quer que seja.
Esse fardo, dentre outros, que começamos a juntar palha por palha lá nos primeiros anos, vem lá de trás, de outras gerações, não existem culpados ou vilões. Somos filhos e filhas de homens e mulheres comuns dando o seu melhor possível.
Ser comum é poder errar, se arrepender, se amar mesmo assim, dizer que ama quando ama, dizer que não gosta quando o limite tiver sido traído, dizer “não” sabendo que vai decepcionar, mas certo de que esse “não” representa uma raia bem marcada, um sim pra relação.
Sou só uma mulher comum tentando terminar a prova no tempo regulamentar, tentando passar de ano na média.
Tentar ser extraordinária é redundância… tem coisa mais incrível do que ser único, pelo menos no aspecto biológico?
Não sou especial, mas de tudo o que entendo ser o meu melhor possível do momento, farei 100%, seja na relação com amigas, familiares, filha, colegas de trabalho, amores…
Há que se ter acuidade visual pra enxergar esse limite entre o pouco, o possível e o esforço em vão.
Há que se ter coragem pra assumir que, às vezes, o meu possível pro outro é nada e, ainda assim, me recolher resignada como quem sai de campo com a mão no ombro do parceiro de time depois de levar uma goleada.
Somos todos crianças que tropeçaram na adolescência e caíram na vida adulta, essa fase da vida sobre a qual não se sabe nada.
Não se sabe nada, pois nunca existiu um outro Eu pra me contar como é ter 44, 45, 46…
Sou só uma mulher comum, caloura de si mesma nesse campus existencial.
É muita pretensão tentar ser a melhor versão de si quando sobre o nosso Eu do futuro não se sabe nada. Cansa tentar parecer veterana de um curso que começa inédito todo dia, a cada amanhecer.

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