Amamentação: desafios, mitos e importância do apoio 

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Amamentar é um ato de amor, mas nem sempre é um processo fácil ou instintivo. A enfermeira obstetra e consultora de amamentação Cinthia Calsinski alerta que muitas mulheres enfrentam dificuldades como dor, problemas na pega do bebê, dúvidas sobre a produção de leite, cansaço extremo, insegurança e até pressão social para introduzir outros alimentos antes do tempo recomendado.

Segundo Cinthia, a falta de apoio familiar e profissional é um dos principais motivos para o desmame precoce. “Quando a mãe não se sente acolhida, pode se sentir sozinha, insegura ou incapaz de continuar amamentando. Por outro lado, o incentivo da família e a orientação técnica adequada aumentam muito as chances de sucesso”, explica.

O acompanhamento de profissionais de saúde qualificados é essencial para garantir uma amamentação adequada e duradoura. Orientações corretas logo nos primeiros dias de vida do bebê previnem problemas como fissuras, ingurgitamento mamário e uso desnecessário de fórmulas. “Além do manejo técnico, o acolhimento, a escuta ativa e a informação baseada em evidências fortalecem a confiança da mãe e ajudam a desconstruir mitos”, reforça.

Orientações do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento, e a continuidade até os dois anos ou mais, junto à alimentação complementar. Essa indicação se baseia em evidências que mostram benefícios amplos e duradouros: para o bebê, proteção contra infecções, alergias e doenças crônicas; para a mãe, menor risco de câncer de mama e ovário, recuperação mais rápida no pós-parto e fortalecimento do vínculo afetivo.

Cinthia lembra que, na maioria dos casos, mesmo mães doentes podem continuar amamentando. “Gripe, resfriado ou febre raramente são impeditivos. Pelo contrário, o leite materno oferece anticorpos específicos que protegem o bebê”, destaca.

Sobre o desmame, a profissional reforça que deve ser um processo gradual, respeitoso e sem rupturas bruscas, preservando o vínculo. “Amamentar não é só nutrir, é consolar, acolher e fortalecer laços. Cada família deve encontrar seu próprio caminho, com apoio e sem pressões externas”, conclui.

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