Primeiro é necessário que situemos a situação sócio-econômica desta mulher. Eu, Natália de classe média, só posso falar por minha situação, porém posso de forma respeitosa ilustrar um cenário distinto de uma mulher da periferia na qual não tem o mesmo suporte que eu tenho. Todo meu respeito a você, mulher estudante!
Nossa luta é diária: de organização para o próximo dia, aos estudos da prova do dia seguinte. Além disso, tu necessitas de tempo para sua cria e caso não trabalhes fora, ainda tem a função doméstica em casa (trabalho pouco valorizado e não remunerado).
“Parir não significa parar”, eu sempre pensei isso e pregava isto. Não há nada de errado, mas novamente voltamos a uma questão de classe. E sim, esta frase se encaixa perfeitamente a minha pessoa e a você que me lê e que tem um suporte financeiro e familiar.
“It takes a village to raise a child” (é preciso de uma vila pra criar uma criança). SIM e SIM! Necessitamos de suporte, apoio e nós (mães e estudantes) precisamos de um campus inteiro pra criar nossos filhxs, de creches no campus. Um campus em que inclua mães e crianças.
Há dias em que só penso em desistir, outros dias são cheios de esperança. Há dias em que minha casa está uma zona e o pior de tudo, e que nos “mata”, é o sentimento de culpa constante por não dar atenção suficiente a seu filho(a). Por muitas vezes pensei que sou egoísta, mas foco no futuro da minha filha e tudo segue. Creio que o sentimento de culpa sempre estará ali.
“Por que não parar e depois voltar?” Ah, esta pergunta. Creio, que temos receio de não voltar. Ser mãe é um trabalho árduo! Claro que há quem pare e está tudo bem, cada um sabe o que melhor lhe convém. Mas você (mãe e estudante) que está aí estudando, com serviços domésticos pendentes e com o sentimento de culpa pela falta de atenção à seus filhxs: estamos juntas.
EXISTIMOS e RESISTIREMOS.