Entre dias e noites pandêmicas, seguimos buscando equilíbrio entre um medo e outro, uma revolta e outra, uma dor e outra. É preciso resistir.
Busco livros, busco histórias, busco uma força para esperançar. Entre livros, palavras e desenhos, nossas noites vão nos acalentando e o sono nos abraça. A leitura nos acolhe.
Entre os livros já lidos, têm sempre aqueles que nos marcam mais. São livros infantis que, embora sejam direcionados às crianças, são também uma forma de prazer para aqueles que cresceram e ainda têm a curiosidade como companheira de sempre. Para quem quer presenciar estes momentos de encantamento entre criança e livro, aproveitando para, de mãos dadas, se encantar entre as páginas, segue uma sugestão.
Para que serve um livro?
A obra “Para que serve um livro”, da autora e ilustradora francesa Chloé Legeay, publicado no Brasil pela editora Pulo do Gato, traduzido por Marcia Leite, é uma história que apresenta as diversas opções que um livro oferece.
Os personagens são duas crianças envolvidas em contextos rotineiros entre conflitos e afetos. Além da ilustração envolver e complementar as palavras formando uma linda história, também apresenta referências de personagens de outros livros – os quais podemos identificar com nossas crianças e ainda incentivar novas leituras.
Sempre destacando a imaginação infantil e possibilitando a valorização da criatividade, a história propõe ainda que o leitor e a leitora também podem inventar lindas histórias.
Mãe e leitora: momentos para pensar sobre coisas além das demandas
Quando escolhi este livro em uma feira virtual, fiquei encantada com a capa. E você provavelmente também ficará: uma bruxa assustada atrás de uma poltrona e, nas costas dela, um bebê, mas não é só isso: quem está na poltrona é um menino lendo um livro, cuja capa sugere ser uma história de bruxas.
Enfim, a capa nos seduz para pensar sobre aquilo que construímos como bem e mal. O que posso dizer sobre o livro é que rir e curtir uma história é maravilhoso, com uma filha em plena pandemia é, inclusive, terapêutico.
Rever algumas construções estereotipadas e reconstruí-las é um exercício que nos faz pensar sobre preconceitos, pensar sobre nós. Nesses momentos, eu até esqueço de antecipar as preocupações do amanhã, rio muito e caio no sono, talvez eu esteja aprendendo a viver cada momento, em passos lentos e agradáveis.