Só o amor não basta nas noites em claro.
Só o amor não basta nos pedidos de ajuda, em silêncio ou nos gritos.
Só o amor não basta, quando a vida corre e a sua congela.
O amor é imenso, mas corre contra o fluxo do desespero, da solidão, da exaustão.
Ser louca ou não ser, eis a questão.
Só o amor não basta quando a presença se confunde entre o ser e o estar.
Só o amor não basta quando o choro entalado escorre junto da água no banho.
Só o amor não basta quando liberdade vira utopia e sonhos viram miragem.
O amor é gigante, mas não basta na escuridão e no silêncio da invisibilidade.
Ser louca ou não ser, eis a questão.
Só o amor não basta quando todos os músculos doem, quando os olhos cegam, quando o corpo para de responder.
Só o amor não basta quando a vida acumula, as roupas se sujam, a louça cresce.
Só o amor não basta quando o normal passa a ser pesado, o anoitecer desesperador, a rotina, dor.
Se é mãe, o “não” inexiste.
Só o amor basta. E onde ele não basta, a gente arranca o “não”, esconde em algum canto e faz tudo (e nada) bastar.
Quando o amor basta, uma mãe nasce.
Quando não basta, não sei, porque a história da humanidade foi construída sobre as costas de alguém que, apesar de tudo, sempre bastou.
Retire os “nãos”. Reconheça uma Mãe.
Autora: Bárbara Rodrigues – @escritoporbarbara





