Mulheres-mães protagonistas da própria história

Você não tem culpa por não conseguir amamentar

Você não tem culpa por não conseguir amamentar

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Eu amamentei e ainda amamento meu filho de 11 meses. Mas não gosto de falar sobre ter conseguido ou porque consegui. Prefiro falar sobre porque foi tão difícil e porque poderia ter sido impossível. 

Foi difícil porque não tive uma rede de apoio para me orientar sobre os vários detalhes de uma boa pega, para fazer caldos, sucos e sopas, para me ofertar um copo d’água a cada meia hora e antes de cada mamada, para me ouvir sem julgar, para segurar meu filho por alguns instantes enquanto comia ou ia ao banheiro, mas percebi que, pior do que não ter uma rede de apoio para fazer isso, é ter uma rede de apoio para fazer o contrário. 

Uma “rede de transtorno” que, além de não fazer nada do que descrevi acima, ainda passasse o tempo a repetir constantemente que você tem pouco leite, ou que seu leite é fraco, ou que bebê só dorme bem com fórmula na mamadeira, ou que o bebê é agitado porque não toma mamadeira… Etc. 

Foi difícil para eu amamentar, por não ter uma rede de apoio, mas teria sido impossível amamentar com esse tipo de “rede de transtorno”, que precisa a qualquer custo e sob todos os pretextos, empurrar mamadeira no bebê o quanto antes simplesmente para não precisar se dá ao trabalho de realmente prestar apoio à mãe e à amamentação.

É por isso que você não tem culpa por não ter amamentado. A culpa na verdade é da rede que deveria ser de “apoio”, mas que na maior parte das vezes é muito mais do que “transtorno”.


Autora: Fernanda Oliveira Santos. Insta: @escritorafernandaos. Sou mãe de um menino de 11 meses com características de bebê de alta demanda.


Este texto foi revisado por Arícia Oliveira.

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