Três poemas de uma mãe recém-nascida

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O amor atrás do umbigo causa

Me peguei olhando em meus olhos

Me assustei

Eu não faço muito, nem fico muito tempo acordada

E mesmo assim estão cansados

Estão aflitos

Eles carregam o medo e apreensão de uma mãe de adolescente que está em época de conhecer entorpecentes

Sendo que você ainda está

Empurrando minha bexiga para baixo

E empurrando meu estômago para cima

Esse é o preço que se paga por amar com outro órgão além do coração

Por favor, fique bem

Para a pessoa que faz todas as refeições comigo

Sei que é perfeito ou perfeita

Não pelos 2 exames de imagem feitos às pressas

Não por exames de sangue ou de urina

Sei que é perfeito ou perfeita, de tudo

Porque seu nascimento dentro de nós

Já aconteceu com muito amor,

Porque quando tiver boca e consciência, vai entender

Vai entender que é proveniente de um lar de amor,

De familiares que te esperam de braços abertos,

De tios distantes que sempre estarão aqui

E que mesmo que o moinho do mundo te machuque

E acredite, ele vai

Nosso amor será seu berço

Mudanças

Lembro muito bem do tempo

em que eu tinha dinheiro e tempo para gastar com cabelo e unhas,

religiosamente todo quinto dia útil

Em que só paixonites mal resolvidas, más notas na faculdade ou álcool me faziam não dormir uma noite completa

Em que eu podia me dar o luxo de ir às 4h da manhã, fazer qualquer coisa pela rua sem me importar em amamentar ou saber se alguém estava bem

Lembro de quando eu gastava pelo menos 50% tanto do meu dinheiro quanto do meu tempo livre em cosméticos e procedimentos estéticos

Lembro de quando eu simplesmente cismava que queria ir a algum lugar e ia

Lembro muito bem e penso: Que vidinha vazia eu tinha

Por Ana Schimojo – @schimozao

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