Agora me parece que a parte mais desafiadora da maternidade é atender à requisição de verdade.
Tenho dois filhos de 10 e 11 anos, eu estou com 42.
Estudamos juntos para as provas da escola e como estudar é um processo de reflexão e de autoconhecimento: a gente estuda e também se questiona!
O assunto da prova é sustentabilidade: perguntas óbvias, questões urgentes e soluções irracionais!
Sim, continuamos gerando lixo desnecessário, sim, não mudamos nossos hábitos para preservar o planeta, sim, continuamos comprando e comendo verduras com agrotóxico…
Percebemos que sustentabilidade diz respeito também a nosso modo de agir conosco, nossos sonhos e responsabilidades.
E eles perguntam: a gente começou isso, foi legal e depois paramos, porquê?
Silêncio. Após um suspiro. Eu me curvo diante deles e diante da requisição de verdade, emitida constantemente, respondo: vamos retomar!
Talvez retomar o plantio das alfaces em floreiras nem seja a parte mais complicada da requisição de verdade, mas sim responder, constantemente, ao anseio por atenção, por respostas, por admiração e é claro por amor.
Aos 10 e 11 anos deles as suas verdades espelham os valores recebidos dentro de casa, a cada “não” fundamentado, a cada “insistência”, aparecem os argumentos enriquecidos que refletem: a atenção recebida, as perguntas respondidas e é claro muito amor.
Hoje, o sofrimento causado por cada parcela da minha vida que eu deliberadamente abri mão ganha outro significado: viver em paz com a verdade requisitada.
Autora: Clarisse Goulart Nunes – @yogasantarosa.rs