(Re)nascimento

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Às vezes tenho dúvidas se foi somente a minha filha que nasceu no dia do parto. Eu a pari, mas quem (re)nasceu naquele dia fui eu.

Nasceu a mãe. Renasceu a filha, não a minha filha, mas sim a filha da minha mãe.
Se você não entendeu sua mãe antes de ter um filho, certamente entenderá depois que ele nascer.

CAMILA E BIA FOTO 1024x683

No meu (re)nascimento me (re)descubro dia após dia.
Quando recebi ela nos braços pela primeira vez, tudo mudou. Não. Na verdade, tudo continua mudando.

É que ao olhar para ela fora de mim, esbanjando perfeição, decidi que além dela, preciso cuidar de mim: da mãe, da filha, e da mulher que eu sou.

Nós dividimos o mesmo corpo durante a gestação e seu único alimento por alguns meses foi produzido em meu corpo, também. Vamos dividir a casa e a vida por muitos anos.

Se ela vai conhecer todas as minhas imperfeições, preciso conhecer a origem delas.

Se mãe perfeita não existe, quero dar á minha filha a consciente mãe totalmente imperfeita.

Mesmo na intensidade do maternar, me (re)encontro.

Eu já nem lembro mais quem eu era antes dela nascer. E o antes não é pré maternidade.

Quem me viu mãe ontem, já não me (re)conhece mãe hoje.

Ao nascer de cada dia me vejo diferente. A transitoriedade da vida não me assusta mais. Eu aprendi a dançar com ela. E no tradicional dois para lá, dois para cá, rodopio pelo autoconhecimento.
Me (re)descubro como filha e me encontro como mãe.

Autora: Cami Cordeiro-@camiicordeiro
Revisão: Gisele Sertão — @afagodemaeoficial

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