Mulheres-mães protagonistas da própria história

Reflexão | Mulher já nasce sabendo ser mãe?

Reflexão | Mulher já nasce sabendo ser mãe?

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Assim como disse Beauvoir, não se nasce mulher, torna-se. Então, não se nasce mãe, torna-se. A amamentação, por exemplo. É algo tão natural, e ainda assim precisa ser aprendido. É pra isso que servem as consultoras de amamentação, as enfermeiras e todas as mulheres anteriores a nós que nos bombardeiam com dicas e pitacos.

Ah, as dicas e os pitacos. Elas estão ali pra que você absorva o que achar importante e ignore o que não gostar. Junto com essas informações, a cada interação sua com seu bebê, você vai construir sua forma de maternar. Isso mesmo, existem maternidades, no plural, cada mulher materna da sua maneira de acordo com as suas experiências. Mas por que dizemos então que a mulher nasce sabendo ser mãe? Porque somos ensinadas desde cedo a brincar com bonecas, cuidá-las, organizar nossos brinquedos de utensílios domésticos.

Calma, não quero dizer que os brinquedos determinam o futuro das crianças, mas trabalham suas habilidades. Cada brinquedo tem uma função e trabalha habilidades específicas, costumamos seguir sempre o caminho que nos é familiar. Ou seja, se assim que você descobre a gravidez já decora o quarto da sua filha inteiro de rosa e compra apenas brinquedos de princesas e bonecas, o mais comum é que ela acredite que deve esperar um príncipe encantado, ter muitos filhos e manter a casa organizada.

É por isso que crianças bem pequenas já apresentam preferências, elas escolhem aquilo que lhes é familiar. Não sou contra utensílios domésticos e bonecas, sou defensora da ideia de que todas as crianças, independente do gênero, devem ser expostas a uma ampla variedade de brinquedos durante a infância, para que desenvolvam diversas habilidades.

Voltando à minha linha de raciocínio, aprendemos a ser mães lá na infância e depois aprendemos a ser mães com nossos filhos. Saber disso nos traz uma informação valiosa: os pais podem aprender a cuidar dos filhos tanto quanto nós, mulheres – a diferença, é que eles não são estimulados.

E ai, vamos mudar essa história?

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