Mulheres-mães protagonistas da própria história

Quanto vale uma mãe?

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Quanto vale a carga mental de planejar e executar todo o funcionamento de uma casa e da vida dos filhos e marido?

Quanto vale em pleno domingo enquanto todos descansam a mãe decidir o que vai fazer de almoço na segunda?

Se tem mantimentos o suficiente para a semana, se precisa comprar algo?

Quanto vale o tempo dessa mãe, que antes de poder tomar um banho e também deitar para assistir TV, antes confere se a cria está alimentada, de banho tomado, com a saúde mental em dia, em segurança física?

Quanto tempo ela gasta planejando, conferindo e executando isto?

Quanto da saúde mental dela é consumido somente nisso? E quantas vezes por dia ela faz esse mesmo percurso com o filho. Se tiver mais de um então. Quanto disso consome da energia dela? Quanto isso vale?

Quanto vale separar a roupa, por na maquina, esperar lavar, pendurar, colher, dobrar, passar, guardar? Quanto pagamos por esse serviço se for feito por terceiros?

Quanto vale conferir se as roupas estão furadas faltando botão, se precisam ser trocadas, se já não serve mais? Se podem ser doadas ou se vão para o lixo?

Quanto vale limpar a casa, varrer, lavar, decidir quais matérias de limpeza usar, qual eletrodoméstico, se isso for possível. Existe dor nos esforços repetitivos? Dobrar, guardar, abaixar, esfregar, quantas vezes por dia? Todos os dias. Quanto vale?

Quanto vale compreender, tolerar, conciliar, mediar conflitos, ensinar, brincar, fazer dormir, dar colo, dar atenção, doar seu tempo, arrumar tempo para se doar? Quanto vale ouvir, acolher, compreender, aprender para mostrar?

Quanto vale ser para exemplificar?

Quanto de carga mental se gasta para se fazer forte na dor, se fazer segura no desconhecido para ser porto, ser arrimo, ser suporte, ser pra onde eles podem correr?

Quanto precisa de amor-próprio para não ser culpada de tudo, cobrada ao limite da perfeição e massacrada por não conseguir dar conta? Por não ter escolha, por se desfazer de sonhos, planos, projetos, individualidade, vaidade? Quanto se paga para poder continuar mulher?

Quanto vale a maternidade compulsória disfarçada de instinto?

Quanto vale ensinar a andar, a comer, a tomar banho? Quanto vale amamentar, cuidar de joelhos ralados e corações partidos? Quanto vale ensinar a lição, decidir qual idade pode o quê? Explicar sobre o ser humano, a sociedade, o mundo?

Quanto vale ensinar um filho a crescer e se encontrar? Quanto vale ver o filho voar? Quanto vale ver ele ser engolido pelo mundo, o mesmo da qual você fez tudo para o proteger?

Quanto vale o amor? Quanto desse amor é possível?

Quanto da maternidade possível tem valor?

Qual valor tem a maternidade?

Quanto da mãe e suas escolhas tem nesse valor?

É amor? É doação? É obrigação? É trabalho?

Quanto custa uma mãe?


Autora: Sou Elisa Fleming, tenho 47 anos, sou mãe do Miguel, escritora e estudante de Ciências Humanas. Escrevo desde os 9 anos, mas só agora criei coragem de realizar o sonho de menina de me lançar profissionalmente. Acabei de publicar um livro em uma editora de auto publicação por demanda, veio na necessidade de falar sobre minha experiência e as descobertas com a maternidade real, de uma forma como não é mostrada na sociedade, chama-se “Coisas que Não me Contaram antes de Ser Mãe”. Espero que curtam minha escrita. Instagram: @elisaflemingg.

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