“Você não precisa amamentar se você não quiser, minha mãe falou baixinho no meu ouvido e me deu muita força, me libertou de um choque de cobrança que eu achava que eu tinha. No fundo eu não sabia que eu podia escolher, quando entendi que eu posso, saí do choque”.
Essa é uma fala de uma seguidora, que passou pelo Baby Blues. Começou por uma pequena complicação na cesárea, que foi suficiente para desencadear um medo e uma tensão. Medo de voltar para a mesa de cirurgia. Quando chegou em casa, começou a sentir oscilações de humor, momentos de extrema felicidade e de tristezas bem profundas. Além dessa tensão que foi vivida ainda na maternidade, se deparou com o seu novo corpo, com o peito enchendo, sentindo dores para amamentar, tentando entender o bebê. Ela diz: “Tantas novidades que a cabeça vai digerindo aos poucos”.
No seu último episódio de crise e o mais forte, ela se sentiu paralisada, exausta, pedia silêncio, sentia necessidade de ficar sozinha com o seu corpo e a cabeça. Sem cobranças! Foi quando sua mãe veio no seu ouvido e disse QUE ELA NÃO ERA OBRIGADA A NADA, que ela podia ESCOLHER. Quando ela entendeu que ela era protagonista do seu maternar, tudo fluiu e ela até amamentou, porque queria. (Elaborou o choque de cobranças).
As mulheres vivem uma cobrança social do que fazer com os seus filhos, que mais atrapalham do que ajudam. Não existe receita, porque entre um bebê e uma mãe, existe a subjetividade e é isso que nos diferencia. Precisamos nos informar sim, para poder escolher. Em alguns momentos é preciso abandonar alguns IDEAIS para descobrir a mãe que cada uma pode ser. E sempre irá faltar algo, e isso não é ruim, a partir da falta que o outro se desenvolve. A partir da falta que a rede de apoio se multiplica. Uma falta que não é de mais e nem de menos, mas o suficiente para a mulher/mãe respirar!
Que esse relato nos sirva para pensar em menos EU TENHO QUE e mais EU POSSO ESCOLHER!
Texto de Viviane Sales Waquil – @psi_vivianewaquil – CRP: 04/36062