Mulheres-mães protagonistas da própria história

Pagar a língua na maternidade, quem nunca?

Pagar a língua na maternidade, quem nunca?

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Tem uma frase que é clichê, que muito se ouve por aí em algum momento da maternidade, e que com toda certeza você dirá: “Paguei a minha língua”. Se você ainda não é mãe e pensa em ter filhos algum dia, provavelmente já se pegou dizendo algumas dessas frases: “Meu filho jamais vai dormir na cama compartilhada.”, “Chupeta nem pensar”, e por aí vai. Situações não faltam pra que você idealize o que vai ser melhor pro seu filho quando você for mãe! 

Deixa eu te contar uma coisa? Na teoria é tudo muito lindo, mas na prática são outros quinhentos. Há um mundo materno romantizado que te faz pensar em uma maneira “ideal” de ser mãe, que tende a te iludir, frustrar e decepcionar mais do que te ajudar. É normal você pensar na forma como vai querer educar e ensinar o seu filho, e se imaginar vivenciando as coisas que acredita e que acha correto pra quando for mãe. Mas você vai precisar desconstruir muita coisa do que pensou ser o “certo”, pois essas expectativas, lá atrás idealizadas, irão te fazer sentir muitas vezes falha ou que não está sendo a mãe “ideal”. 

A verdade é que não existe uma fórmula secreta. Você vai fazer muitas coisas que disse que não faria. Não porque você está errando, e sim porque o que você idealizou não corresponde à sua nova realidade. Entre um bebê chorando e relutando no berço pra dormir, e um bebê dormindo calmamente na sua cama pra que você enfim possa conseguir descansar também, acaba-se escolhendo a segunda opção, é óbvio. Entre um bebê que não se alimenta de jeito nenhum, mas que ao assistir TV abre a boca umas três vezes, a segunda opção é a melhor para que seu filho seja alimentado, por exemplo. 

Há diversas outras situações em que seus “ideais” serão derrotados em troca da sua paz e do seu descanso. Em troca de ver seu filho bem alimentado ou entretido com algo pra que você consiga terminar o jantar, por exemplo. E está tudo bem. Você não é uma péssima mãe por isso. Entenda: a mãe perfeita existe, só que ela ainda não tem filhos. Existe, sim, a mãe humana, a mãe que erra tentando acertar, que faz o melhor que pode pro bem estar do seu filho e que inevitavelmente há de pagar a língua.


Este texto foi revisado por Luiza Gandini.

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