“Os meninos da Casa Amarela” apresenta a adoção pelo olhar de dois irmãos

Por Redação / 28 de outubro de 2025

Começar uma nova vida pode ser empolgante e, ao mesmo tempo, assustador, principalmente para dois pequenos irmãos que sempre sonharam em ter uma família. O livro infantil “Os meninos da Casa Amarela”, de Rachel Reis, fala de adoção de uma forma singela e delicada, mostrando a importância do acolhimento por parte de todos que estão ao redor da criança nessa nova etapa.

Pelo olhar de Bruno e Lucas, a obra conduz os leitores nessa trajetória, desde a casa sem cor onde eles viviam até a casa amarela que dá nome à história. Em meio à insegurança sobre o que os aguarda na nova vida, os pequenos conhecem um mundo repleto de bichos que lhes dão as boas-vindas e mostram que o amor supera qualquer dificuldade.

Além das ilustrações vibrantes de Mouses Sagiorato, o livro conta com alguns desenhos feitos pelos verdadeiros meninos da Casa Amarela, como a “árvore genealógica” criada por Bruno em sua chegada à nova família – e que é atualizada até hoje.

Os adultos também são contemplados nesta leitura, por meio de um posfácio que fala do processo de adoção da família protagonista, além de um breve panorama sobre essa via de parentalidade no Brasil, onde o perfil desejado pela maioria dos pretendentes não condiz com a realidade das instituições de acolhimento.

Parentalidade atípica

A maior parte dos adotantes no país não busca crianças atípicas, mas o casal que inspirou esta história conheceu dois meninos com deficiência intelectual – e, após a adoção, o mais velho deles foi diagnosticado também com transtorno do espectro autista (TEA), e o mais novo, com TDAH. O mais curioso é que, no processo de avaliação do primeiro, a autora identificou muitas características de TEA em si mesma, confirmando, posteriormente, que também é autista – juntando-se, assim, aos muitos casos atuais de diagnóstico tardio.

Embora o livro não fale diretamente sobre a vida atípica, Rachel diz que nele pôde se expressar de uma forma que lhe é mais confortável: a escrita. “Autistas tem dificuldades de comunicação, e muitas vezes encontram formas alternativas para fazer isso”, explica.

“Sinto que nem sempre consigo demonstrar afeto pelos meus filhos, mas esta obra é a maior prova de amor que posso dar a eles.”