Entrevista | Como manter a vida social depois dos filhos?

Uma das mudanças mais drásticas, na maternidade, com certeza, é na vida social, porque não vamos sair mais como antes. Mas será que é assim para sempre e acontece a mesma coisa com todas as mães?

Entrevista | Como manter a vida social depois dos filhos?

Compartilhe esse artigo

A maternidade muda nossa vida por completo, nos tira da zona de conforto e nos faz enxergar a vida de um jeito especial, mais diferente. No entanto, a maternidade não tira nossa individualidade, continuamos sendo mulheres, com desejos e necessidades próprias. Uma das mudanças mais drásticas, com certeza, é na vida social, porque não vamos sair mais como antes. Mas será que é assim para sempre e acontece a mesma coisa com todas as mães?

É o que vamos descobrir juntas, porque eu convidei duas mães, com filhos em idades diferentes, para nos contar suas experiências entre maternidade e vida social.

Luana e Ariane moram na região Sul Fluminense e têm histórias diferentes, mas que se cruzam pela maternidade e pelos desafios do dia a dia.

Luana é mãe solo. Ela teve seu filho aos 17 anos e, desde então, cuida dele sozinha. Hoje, trabalha em uma clínica de estética e segue enfrentando a rotina de ser mãe e trabalhar ao mesmo tempo.

Ariane é casada há 9 anos e está fazendo faculdade de pedagogia pelo Cederj. Ela estava estagiando, mas precisou parar durante a gravidez. Ariane tem depressão e, por causa da gestação, teve que interromper os remédios. Por orientação médica, também se afastou do estágio para cuidar melhor da sua saúde.

As duas mostram, cada uma à sua maneira, como é ser mãe, seguir em frente e se cuidar, mesmo com tantas dificuldades pelo caminho.

Simone: Como a sua vida social mudou depois da maternidade?

Luana: Hoje em dia, não influencia tanto, porque meu filho já é um adolescente. Mas na época em que ele nasceu, ‘vida social’ foi algo que parou de existir, pois, na época, não tinha rede de apoio, então, não saía, não trabalhava. Foi um período difícil.

Ariane: Sempre fui muito tímida. Era só mesmo com pessoas íntimas que eu tinha contato. Com a maternidade, não mudou, pois estou no processo de adaptação.

Simone: Você sente que perdeu ou ganhou conexões sociais após se tornar mãe? Por quê?

Luana: Quando ele era pequeno, sim. Fiz amizades com algumas mães do colégio dele. Combinávamos passeios junto com as crianças

Simone: Eu ganhei mais conexões até porque, quando estou com o meu bebê, ele chama a atenção das pessoas. Nisso, acabo tendo momentos de descontração com as pessoas e uma boa conversa.

Simone: Como você equilibra o tempo entre cuidar do filho e manter uma vida social ativa?

Luana: Hoje em dia é tudo mais tranquilo. O tempo que estou no trabalho é o mesmo período em que ele está no colégio. Chegamos em casa praticamente juntos. Nesse momento é que ficamos juntos. E, geralmente, me programo para sair nos períodos em que ele está com o pai.

Ariane: Gosto de procurar dicas de maternidade. Relatos de mães que passam sua experiência com seus bebês, que podem me ajudar no dia a dia. Sempre que posso, procuro estar entre amigos e familiares, pois nada como um bom papo em um lugar diferente, porque estar em ambiente diferente do seu dia a dia ajuda a quebrar um pouco a rotina de mãe e dona do lar. Mas também acho importante a conexão com Deus e nossa fé.

Simone: O que você gostaria que as pessoas entendessem sobre a vida social de uma mãe?

Luana: Existem períodos diferentes durante a maternidade. Quando seu filho é totalmente dependente de você, você só vai ter vida social se tiver rede de apoio. Quando ele cresce, você volta a viver para você também.

Ariane: Eu, com muito carinho, gostaria de relatar que às vezes não é fácil para uma mãe estar em um convívio social, pois a maternidade às vezes nos pega com a questão do tempo. É dedicação da mãezinha com seu bebê, cuidado diário, cuidado com o lar, família, isso é real. Mas o amor quando ela se torna mãe é algo que não tem palavras que bastariam para descrever o que Deus nos deixou para cumprir com essa missão. O amor que soma tudo.

Simone: Que conselho você daria para mães que sentem falta da vida social, mas não sabem por onde começar?

Luana: É uma fase, e como tudo na vida, vai passar. Você (mãe), só não pode esquecer que, além do seu filho, você também tem que cuidar de você, tanto do físico quanto do mental. Não se culpe pelo tempo que se dedica a você.

Ariane: Meu conselho é que parece que tudo está de cabeça para baixo, afinal, chegou um ser pequenininho que também está passando pela mesma fase da mãe: perdido, com medo, assustado, confuso. Tudo é novo para ambas as partes. Mas, mãezinha, tudo passa, tudo vai chegando no lugar, a adaptação vai aprimorando para melhor, tudo vai se encaixando, pois um dia não é igual ao outro, todos os dias vamos ter momentos marcantes e crescimento. Você vai se organizando melhor, lembrando que é sempre bom buscar informações que facilitam nossas vidas. Vale a pena às vezes deixar algo para fazer depois, como a rotina do lar; para bater um papo com alguém do seu afeto (família e amigos), pois todos os dias vamos ter aquela tarefa para fazer no lar. Mas não pode esquecer: lazer com a nossa família. Então, tire sempre um tempo para aproveitar, nem que seja para ir em um parquinho perto de casa ou uma praça. Pequenas coisas podem se tornar grandes momentos.

Por fim, podemos perceber que sim, a maternidade vai redefinir a nossa vida social. Porém, as experiências da Luana e da Ariane nos mostram as diferentes fases deste processo. Ou seja, isso passa em algum momento. No início existe o isolamento social e a dependência do bebê, mas depois mudanças graduais acontecem. Ambas ressaltam a importância do autocuidado, da paciência e busca por apoio.

Compartilhe esse artigo

Leitura relacionada

Últimos Artigos

Deixe um comentário