Dupla maternidade e a vida profissional

Dupla maternidade e a vida profissional

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A maternidade é um dos momentos mais felizes na vida de uma mulher. Imagine, então, uma dupla maternidade?

Estamos vivenciando um momento incrível juntas. Um momento muito esperado, sonhado e desejado por nós: a nossa gestação.

No entanto, este momento também pode ser um dos mais preocupantes e desafiadores na vida de uma mulher.

Conciliar maternidade e carreira profissional é um desafio cheio de obstáculos, ainda mais quando nos deparamos com empresas despreparadas.

Quando decidimos engravidar, após iniciarmos o tratamento, fiz questão que a gestão da escola onde eu trabalho soubesse sobre o procedimento que estávamos fazendo, mesmo sabendo que arriscaria sofrer preconceito por querer engravidar.

Não foi uma decisão fácil, até porque, casais heteronormativos não avisam a empresa que estão tentando engravidar.

Mas eu quis ser transparente e verdadeira porque o tratamento exigia tempo, dedicação e entrega, e na minha cabeça, trabalhando com mulheres, acreditei que elas me entenderiam.

Mas não foi bem isso que aconteceu.

Quando precisei faltar, na última transferência de embrião, fui surpreendida com uma conversa que nunca imaginei ouvir. A partir daí, tive muito medo de ser demitida e o tratamento começou a ser um peso para mim porque, de um lado, estava a minha carreira, e do outro, o desejo de ser mãe.

E agora, como conciliar duas coisas tão importantes? Como resolver esse “problema”?

Fiquei com esses pensamentos por um tempo, alguns meses se passaram e finalmente, após um ano e meio de espera, tivemos o nosso positivo.

Estávamos gravidas! E quando isso aconteceu, tivemos uma outra surpresa: a minha demissão. E aí, amigos, começou um grande tormento na minha vida.

De repente, surgiu um sentimento de culpa tão grande dentro de mim que me fazia chorar muito.
Eu me culpava por ter escolhido ser a mãe gestante, me culpava por toda vez que precisei faltar ou sair mais cedo para me dedicar ao tratamento e por não ter esperado mais, me culpava por não ter ouvido algumas pessoas e me culpava por ter sido verdadeira na empresa.

E sabe o que mais? Me culpava simplesmente por querer ser mãe.
Eu comecei a acreditar que, naquele momento, estaria dando adeus a uma carreira que demorei tanto tempo para conquistar.

Tive dias intensos e repletos de incertezas, mas nunca faltou amor e companheirismo.

A Tati sempre esteve ao meu lado, nunca soltou a minha mão e a todo momento me lembrava da profissional incrível que eu sou. Ela foi o meu incentivo e porto seguro.

Ela se mantêm forte até hoje. O emprego dela nunca foi motivo de preocupação para nós, pelo contrário, tivemos um grande apoio dos gestores da empresa e tem sido assim desde então.

E assim está a nossa vida após a FIV (Fertilização In Vitro)

Aproveito esse tempo sem emprego para me dedicar ao curso de pós-graduação, para curtir a gestação, para cuidar da casa, do Romeu e da minha esposa.

Enquanto isso, a Tati trabalha e se dedica a vida profissional dela.

Autora: Bárbara Teles-Instagram @2maesdamalu
Revisão: Gisele Sertão-Instagram: @afagodemaeoficial

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