Meu corpo negro,
Água que navega entre mares,
Deságua no oceano de memórias.
Ancestralidade que sorri para o sol,
Luminoso no céu da minha existência.
Teus lábios, desejo que arde,
Querem sucumbir ao calor do respeito,
Percorrer o caminho da entrega.
Respeita: meu corpo não é mercadoria,
Não foi feito para posse.
Aqui, o amor é raiz, é pertencimento,
Acolhimento que pulsa em mim.
É encontro abençoado, onde as deusas reinam,
E o sentimento flui intensamente como rio entre almas encantadas.
Sombra não invade onde o amor habita,
Resistindo às marcas de uma história violada.
Meu corpo é templo,
É força e energia,
Território único e sagrado.
Cada curva é resistência,
Cada toque, liberdade.
_
Autora: Rosane Jovelino – Mulher negra e quilombola / @sane_viana