Coluna – Ser mãe não apaga quem você é: saúde mental importa, sim  

Coluna – Ser mãe não apaga quem você é: saúde mental importa, sim  

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Maio é o mês que a sociedade mais fala das mães. É quando surgem as homenagens, as flores, as campanhas de carinho, enfim, geralmente é um discurso bonito e muitas vezes, romantizado.

Mas é também o mês em que muitas mulheres se sentem mais sozinhas, mais cansadas e mais pressionadas a darem conta de tudo com um sorriso no rosto. Por isso, a pergunta que precisa ecoar nesse mês (e em todos os outros) é: por que falar de saúde mental materna?

Porque a saúde emocional das mães importa. Porque é necessário celebrar sim, mas é importante falarmos que também existe cansaço, culpa e sim, experiências que nos fazem sentir mal e que são desprazerosas. E tudo isso precisa ser nomeado, acolhido e cuidado.

O que é saúde mental materna?

Quando falamos em saúde mental materna, estamos nos referindo ao bem-estar emocional, psicológico e social das mães durante a gestação, o pós-parto e toda a experiência da maternidade. Muita gente pensa que o assunto se resume à depressão pós-parto, mas vai muito além disso.

A maternidade pode despertar amor profundo, sim — mas também medo, ansiedade, frustração e exaustão. Há mães que enfrentam solidão, há mães que se sentem perdidas, há mães que choram escondido no banho, achando que são as únicas que não estão “dando conta”. E não são.

A solidão de quem cuida

A maternidade, muitas vezes, se apresenta em um mergulho solitário. Ainda que cercada por familiares, amigos e redes sociais, a mãe pode se sentir profundamente sozinha. Isso acontece porque existe uma idealização muito forte em torno do que é ser mãe. Espera-se que aconteça uma realização total no papel materno, que saiba instintivamente o que fazer, que não reclame, que dê conta da casa, do trabalho, do corpo, do bebê e de si mesma — tudo ao mesmo tempo.

Mas essa conta não fecha. E quando esta mãe começa a sentir que não está conseguindo, é comum que venha a culpa. Uma culpa que corrói, que paralisa, que adoece. Por isso, precisamos falar, cada vez mais, sobre saúde mental materna.

Furta-cor: nomeando o que não tem nome

Foi justamente para acolher essas vivências tão diversas que nasceu o Maio Furta-cor. O nome vem da ideia de que a maternidade tem muitas cores, muitas nuances, muitos tons. Não é só rosa, não é só azul. 

O Maio Furta-cor é um convite ao diálogo. Um chamado para que mães possam falar de suas dores sem medo de julgamento. Para que possamos escutar umas às outras com empatia. Para que a maternidade deixe de ser um lugar solitário e se torne, cada vez mais, um espaço de encontro.

A sociedade precisa entender que a mudança do mundo vai acontecer de fato, quando primeiro cuidarmos de quem cuida. E quem está ali, todos os dias, cuidando, nutrindo, protegendo, acordando de madrugada, abrindo mão de si? Na maioria das vezes, as mães.

Cuidar da saúde mental materna é um ato político, social e amoroso. É garantir que as mulheres possam viver a maternidade de forma mais leve, mais humana e mais real. É reconhecer que, para cuidar bem de um bebê, é preciso também cuidar da mãe desse bebê.

Como ajudar?

Pode começar ouvindo mais e julgando menos. Pode perguntar com real interesse: “Como você está se sentindo?” — e ouvir de verdade a resposta. Pode acolher uma amiga que acabou de ter um filho, pode oferecer ajuda prática (trazer uma comida, segurar o bebê, lavar uma louça). 

Maio Furta-cor

Durante o mês de maio, o Maio Furta-cor promove ações de conscientização sobre a saúde mental materna em diversas cidades do país. A campanha convida toda a sociedade a refletir sobre como podemos construir uma maternidade mais saudável, mais acolhedora e mais verdadeira.

Vamos juntas nessa?

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