O empreendedorismo é um caminho árduo e bem menos glamouroso do que parece. Muita gente sonha em sair da CLT para empreender buscando mais flexibilidade e melhores ganhos, e sim, isso é possível , mas à custa de muito trabalho e planejamento.
Para que o sonho do negócio próprio não se torne um pesadelo, é fundamental ter um bom planejamento, clareza em relação ao futuro empreendimento, e de preferência, uma reserva financeira.
Amar o que se faz nem sempre é suficiente, é preciso analisar se o projeto é viável, ou seja, se existe mercado ou se é uma moda passageira. Também é importante olhar o produto ou negócio com olhar crítico e se perguntar: Meu produto resolve um problema do cliente? Qual o meu diferencial? Quem é o meu público? Como atingir esse público?
Com essas questões em mente, o próximo passo é pesquisar, começando por explorar o próprio bairro e ver se há espaço para o negócio. Analisar empresas do mesmo segmento e perceber em que aspectos você pode melhorar, é uma ótima estratégia. A ideia não é copiar, mas entender melhor o nicho e encontrar uma particularidade, algo que só você poderá oferecer. Encontrar essa especificidade vai permitir formatar com mais segurança (e mais chance de sucesso) o modelo de negócio.
Outro aspecto fundamental é estar atenta ao que acontece no mundo, pesquisar as atuais tendências, produtos em ascensão ou queda. E aprender o máximo possível sobre o seu ramo ou produto. Há muitos sites e plataformas na internet com informação disponível para mulheres empreendedoras como: Sebrae; Rede Mulher Empreendedora; Ela pode. Além disso, sempre é bom investir tempo nos relacionamentos: falar com pessoas, ouvir opiniões, observar.
Em geral, as mulheres empreendem em atividades relacionadas aos cuidados e em áreas que já dominam como: culinária, beleza, artesanato. As habilidade podem ter potencial de se transformar em negócio, mas é importante se profissionalizar, buscando capacitação constante e a formalização do negócio.
Muitas empreendedoras começam sem nenhum recurso ou apoio, e empreendem da forma que é possível. Outras, não buscam a formalização pois entendem que o negócio precisa começar a crescer primeiro. Esse pensamento não poderia ser mais equivocado, o mais indicado é buscar orientação antes mesmo de iniciar o negócio, através de entidades como: Sebrae e Salas do Empreendedor nos municípios.
Uma boa capacitação vai abordar, entre outros aspectos, a precificação correta de serviços e produtos, de modo que cubra custos e gere lucro. A organização financeira, poderá evitar um dos grandes erros dos empreendedores – misturar a conta pessoal com a conta da empresa. Mesmo em pequenos negócios ou empresas familiares, é preciso separar as contas para identificar exatamente o que entra e o que sai. Para esse gerenciamento pode-se implementar modelos simples com controle de entrada, saída, lucros e capital de giro.
Algumas vezes a informalização esconde a insegurança da própria mulher diante do desafio de empreender ou da falta de apoio da família e amigos. Em alguns casos, o novo negócio começa praticamente escondido, tão grande é o receio de fracassar, especialmente se existe um histórico de insucesso.
Apesar de ser clichê, o primeiro passo, de fato, é acreditar na própria capacidade, principalmente quando se tem um produto com potencial, uma boa ideia e um propósito. Empreender exige confiança, e aí entra o autoconhecimento, pois compreender onde estão nossas forças e no que é preciso melhorar, acaba funcionando com um direcionamento nos momentos de angustia e desânimo (que não se enganem, serão muitos).
Mulheres que queiram empreender – por sonho ou necessidade – não desanimem. O caminho é espinhoso, mas cada batalha vencida é muito gratificante. Procurem orientação, estudem, pesquisem. O passo seguinte é encontrar grupos de mulheres do próprio nicho ou não, para parcerias, collabs, organização em coletivos e cooperativas. Juntas podemos aprender mais, trocar experiencias e principalmente, construir um espaço de apoio mútuo e de acolhimento. Vai mais longe, quem trabalha em rede.