COLUNA | A dificuldade de ser mãe solo de uma adolescente

COLUNA | A dificuldade de ser mãe solo de uma adolescente

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Um dos comportamentos esperados na adolescência é a confrontação com os pais. Discordar deles e optar por seguir um caminho distinto é uma das formas do adolescente afirmar sua independência e identidade. 

Usualmente, o jovem distribui essa tensão entre os dois adultos que o educam, ora se distanciando mais de um, ora de outro. Exceto para as mães solo, que recebem, sozinhas, a fúria do filho adolescente de forma concentrada, sem ter com quem dividir.

Na maternidade solo, não existe a possibilidade de o filho discordar de um dos pais e desabafar com o outro, se distanciar de um e se aproximar do outro, enxergar o que os filmes trazem como a dupla de policial-bom e policial-mau. 

Sendo assim, todas as insatisfações do adolescente são direcionadas para uma única pessoa: a mãe. Isso pode criar um abismo entre mãe e filho, sem uma terceira figura para eventualmente fazer a ponte entre os dois lados.

Além de receber sozinha todas as reações do filho, a mãe solo também não tem com quem compartilhar as dificuldades dessa difícil missão que é criar um adolescente. 

Não há uma figura que opine sobre os assuntos com total envolvimento na temática, muito menos para assumir conjuntamente as eventuais consequências. 

Uma das maiores dificuldades da maternidade solo é tomar sozinha todas as decisões, desde a escolha da creche/colégio; horário integral ou não; em que atividade física matricular a criança; optar ou não por alguma atividade extra; e inúmeras outras decisões de maior ou menor importância que permeiam a rotina. 

Num período de maior incerteza sobre a melhor forma de agir, como a adolescência, o peso de tomar as decisões sozinha assume outra ordem de grandeza.

O fato é que a adolescência exacerba as dificuldades que já existiam na maternidade solo, mas que eram amenizadas pela doçura e chamegos da infância do filho. 

Em vez de diminuir a sobrecarga da mãe solo com uma chuva de beijos de boa noite, essa passa a ser aumentada pela preocupação do horário do filho voltar para casa. 

No lugar de bilhetes carinhosos sobre ser a melhor mãe do mundo, surge a porta do quarto sempre fechada. 

A maioria dos amortecedores das dificuldades da maternidade solo é substituída por novos quebra-molas e obstáculos, que a mãe solo precisa conseguir ultrapassar sozinha.

Revisão: Stefânia – @tevejomae

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