Aposta de Fé

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Tenho uma planta há mais de seis anos, e ela nunca havia florescido. Seu caule se feriu não me lembro a razão e cheguei a pensar que morreria.

Na cratera que se abriu, coloquei uma pequena flor de cerâmica: um jeito de dar um pouco de alegria a algo que parecia condenado à morte. Cuidei dessa flor-do-deserto durante longo tempo, sem esperar mais por flores. Pensei: assim como as mulheres, as plantas também não são obrigadas a parir.

Troquei-a de vaso, mudei-a de lugar. Insisti em algo que, de verdade, parecia resistir à própria vida. Em muitas ocasiões, quem a via, imaginava apenas uma sentença: a morte. Neste fim de ano, ela resolveu se mostrar. Fiquei eufórica e curiosa para descobrir em qual cor ela apresentaria esse seu mundo interno, por tanto tempo existente apenas como possibilidade.

E vejam só vocês! Tudo isso não durará mais que dez dias. A flor, cujo desabrochar acompanhei diariamente, veio para se mostrar. Ela não precisa de nada nem ninguém para chancelá-la, para dizer que é linda ou especial. Essa flor veio, definitivamente, para me ensinar a seguir firme no propósito que a maternidade me confiou: Florir leva tempo e a florada é efêmera.

O que fica mesmo é a devoção pela vida; a relação de confiança e amor estabelecida, sem expectativas nem idealizações.

Cuidar de um filho é um tiro no escuro. Uma aposta de…

Por Juliana Leal – @julianahg.leal

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