Mulheres-mães protagonistas da própria história

Ansiedade: bem mais do que um substantivo feminino

Ansiedade: bem mais do que um substantivo feminino

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Conheço o significado da palavra ansiedade no dicionário. Já experimentei o frio na barriga na véspera de uma prova importante ou de uma viagem, imaginando o dia seguinte com dificuldade para dormir. Quando faço aulas de Yoga, escuto sobre a necessidade de focar no momento presente, sem ansiedade, e costumo me sentir mais calma e equilibrada ao fim das práticas. Mas nada disso me preparou para conviver com uma filha que realmente sofre de ansiedade.

Descobri que a ansiedade pode ser uma companhia constante durante todo o tempo, mesmo quando não há um evento futuro sendo intensamente aguardado. Percebi também que a ansiedade pode impedir que seja aproveitado o momento presente. Pior ainda, pode impedir que sejam aproveitados todos os momentos presentes.

Uma pessoa ansiosa faz uma atividade que seria prazerosa, mas só de corpo presente, porque a cabeça já está na atividade seguinte. E o mesmo se repete quando chega a hora de realizar a atividade seguinte. É como assistir um filme bom sem prestar atenção, por estar pensando no que vai ser feito quando acabar o filme. Uma criança num parque de diversões, podendo escolher em qual brinquedo vai, é capaz de não se divertir em nenhum deles, porque sempre vai estar com a cabeça na atração seguinte. A frustração maior é da própria criança, claro. Mas presenciar esse sofrimento numa filha sem conseguir ajudá-la traz uma grande sensação de impotência.

Ser mãe de uma adolescente que sofre de ansiedade me mostra que os problemas mais difíceis de serem tratados não são os meus, e sim os da minha filha. Porque nesse caso, não basta que eu identifique os problemas e as possíveis formas de contorná-los, com base na minha experiência. É necessário que ela, com pouca vivência, concorde ou, no mínimo, aceite minhas propostas, que nesse caso vão desde a prática de Yoga até a busca por ajuda especializada.

A maternidade não me deixa esquecer que experiência não é transmissível, opiniões podem no máximo ser compartilhadas e é impossível transferir os problemas dos filhos para suas mães. 

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