Após o nascimento do meu filho Guilherme, também chamado de “beberrinho” (apelido carinhosamente dado por mim em uma das muitas noites de mamadas em que o associei a um bezerrinho – bebê, por isso o nome Beberrinho), percebo que nós, mulheres, enfrentamos em nossa maioria muita dificuldade em retomar atividades antes realizadas e não apenas atividades, mas relações de amizade, de amor, de sexo e a relação com nós mesmas.
Diante de um cenário real, podemos ir do amor ao ódio com a responsabilidade ou o peso de ser mãe. Acredito que seja importante reconhecermos internamente esses sentimentos que são reais e não há nada de errado nisso!
Onde está nossa identidade? Lutamos por vezes em retomar quem éramos antes da sonhada ou temida maternidade e a luta continua, porém, sem êxito em muitos casos. A realidade é que jamais poderemos voltar a ser a mulher que éramos antes de sermos mães porque tivemos experiências nunca tidas antes de gerar um outro ser humano, de assumir ou dividir muitas responsabilidades, de ter alguém que ocupará sempre os nossos pensamentos.
Nossos assuntos mudaram, muitos de nossos objetivos e interesses também. O essencial é o exercício de nos lembrarmos que antes de mães, somos mulheres e temos que redescobrir o que nos move agora, no presente, com a realidade de cada uma.
Quais são os prazeres que podemos retomar? Quais atividades que podemos voltar a fazer ou começar a fazer? Quais os sonhos? Se os velhos não lhe cabem mais, sonhe novos sonhos, então!
Mas lembremos sempre que antes da maternidade, somos mulheres e temos que nos dar prioridade, e não, não é egoísmo, é autocuidado para que possamos estar aptas a cuidar de nossas crias, filhos e beberrinhos.
Autora: Sou Carol, Psicóloga e Mãe do Gui de 3 anos.