“Ah, se fosse meu filho”

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“Não ficaria chorando fazendo birra no supermercado, onde já se viu? Desse tamanho e acha que pode fazer o que quer?”.

Pensamentos como esse são comuns em pessoas que julgam o comportamento de alguma criança e, consequentemente, julgam também a maneira como a mãe, ou o pai, lida em determinada situação. A maioria das pessoas que “sabem” como se deve criar um filho, por incrível que pareça, ainda não se tornaram, de fato, pais. Mas elas insistem em pensar ou dizer como se deve agir com o filho dos outros, porque, para elas, há uma conduta “esperada” de uma criança e de seus responsáveis.

Essas condutas que a sociedade espera são lindas na teoria, mas muitas vezes são inalcançáveis quando se trata de uma criança que está em desenvolvimento. Não devemos colocá-las em uma caixinha limitando-as de apreciarem a vida com o olhar encantador que essa fase incrível lhes permite. Claro que elas sempre devem estar sob a supervisão de seus responsáveis, ensinando-lhes o certo e o errado. Mas, ainda assim, devemos esperar delas o que realmente são capazes de fazer de acordo com sua faixa etária.

A situação que você achou inadequada de tal criança não a define por completo, afinal, você não está convivendo com ela 24 horas por dia para rotulá-la pelo seu achismo. Antes de você pensar ou dizer: “Se fosse meu filho não faria isso ou aquilo”, lembre-se de que, de fato, ele não é, e o que ele faz ou deixa de fazer não deve ser sua preocupação – e sim dos seus responsáveis.

Os seus pais estão fazendo o seu melhor para educá-la com todo amor e respeito que ela merece e, em todos os outros momentos que essa missão permite, você sequer estava lá para ajudar.

Pare, pense e reflita muito antes de opinar sobre algo que ninguém pediu sua opinião: a criação do filho alheio. Quando, de fato, você tiver o seu filho, aí sim, você terá direito de pensar, achar e fazer o que bem entender. E quando isso acontecer, diversos cuspes cairão em sua testa. Pode acreditar!


Revisado por Luiza Gandini.

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