A sociedade julga tanto as mães e crianças, que provavelmente todas já ouviram diversas pessoas dizerem que odeiam crianças tagarelas, questionadoras, que falam no cinema, que pulam, que gritam, que correm e que a culpa é das mães, que não controlam, não educam, não ensinam, não disciplinam e que passamos a tentar proteger os nossos filhos desse mar de ódio, inclusive, acabamos tentando mostrar para os outros que sabemos educar e podemos controlar nossos filhos.
É nesse momento enxergamos como temos uma necessidade em mostrar que controlamos, o medo de sermos julgadas incompetentes e a tentativa de proteger nossos filhos das línguas e ofensas dos outros, tudo isso para agradar à sociedade que enxerga as crianças como um fantoche, não como seres humanos que tem suas individualidades, seus processos e que atitudes como correr, pular, falar, perguntar fazem parte da evolução desse ser humano.
Além disso, na tentativa de corresponder às expectativas da sociedade entramos em conflitos desnecessários com nossos filhos, não pode pular, não pode correr, falar, brincar. Óbvio que existem situações que precisaremos de alguns minutos de silêncio, porém crianças correm, brincam e pulam e são os espaços que precisam se adaptar a elas, não nossos filhos que precisam se enquadrar em um padrão adulto e excludente que não aceita as crianças como são.
Outro lado dessa questão é observar o quanto as mães são julgadas o tempo inteiro sobre a educação de seus filhos, é fato que haverá sempre críticas, principalmente por parte de pessoas que não enxergam as crianças com respeito e dignidade, acreditam que elas não devem ter suas vontades validadas, não merecem ser ouvidas e respeitadas.
Porém, se manter firme em uma educação respeitosa e não violenta exige muita paciência e força de vontade, além disso, acreditar que estamos no caminho certo, que no futuro nossos filhos lembrarão de sua infância baseada no respeito é uma ferramenta muito eficaz para não se importar com a crítica dos outros sobre a educação dos nossos filhos, estar em paz conosco e com nossa família não tem preço.
Não precisamos entregar filhos “perfeitos” para o mundo, que se enquadrem nas expectativas da sociedade, precisamos de filhos saudáveis, felizes, que respeitem o próximo e principalmente que tenham aprendido sobre respeito na prática, sendo respeitados por sua família.