As mulheres podem e devem estar aonde quiserem. Acho importante aplaudir as que a duras penas conquistaram seus papeis de cientistas, sociólogas, médicas, deputadas e ativistas, mas também devemos aplaudir as que ficaram em casa por escolha ou falta dela, e que muitas vezes são estigmatizadas, excluídas e menosprezadas.
Este texto se refere a estas mulheres, aquelas que não trabalham e só ficam em casa e ainda ouvem que ficam “sem fazer nada”, enquanto o outro (a) está se “sacrificando” lá fora para ganhar o pão de cada dia. E por conta dessa “folga”, estamos tirando de letra essa quarentena não é mesmo meninas?
Aqui, nós temos: comida pra fazer, louça para lavar e alguns gritos de criança fazem parte da composição das tarefas, depois tem de recolher e guardar as roupas e estender mais algumas. Crianças para entreter, apartar daquelas brigas que acontecem do nada, agradar, corrigir e educar.
E não para por aí, tem os armários para limpar organizar, algumas gargalhadas e volta pra limpar o chão. Histórias para contar, banhos, mais comida, muita louça, mais diplomacia, choro, de novo. Histórias para ouvir, sonecas e, assim sucessivamente, dia após dia, noite após noite com ou sem quarentena.
Boa época para pensar naquela mulher, que faz a sua vida fora de casa, possível!
Nessandra Cordeiro, mãe de 3 pequenos e esposa. Trabalho em casa e na casa, sou formada em artes, design de moda e interiores.