Por Niara Valente
Quando uma mulher forte reconhece suas fraquezas, ah, a coisa não vai bem mesmo.
Alguém já parou para pensar o quanto é difícil esse reconhecimento? É difícil, mas não deveria.
Essa mulher, num ato de sufoco, sentiu a necessidade de colocar uma placa em seu pescoço, com os seguintes dizeres: “Não sou um robô”. Porém, sua digníssima consciência, assim como o Grilo Falante, a fez refletir: essa placa é para os outros ou para si?
Só aí então, caiu em si: a cobrança vinha de dentro para fora. Mas por quê? Por que essa mulher se cobrava tanto?
Talvez porque a vida a fez assim. “Dê sempre o seu melhor!”, não importa onde estivesse, a idade que tivesse, o cargo que exercesse, essa frase a perseguia. E dar o seu melhor é sempre muito difícil. Chega a ser perverso.
Ela não percebeu. Não percebeu o quanto, aos poucos, com a melhor das intenções, num lindo ato de dar o seu melhor (porque capacidade incontestável e reconhecida ela tem) ela anulou todas as outras coisas. Seus sentimentos mais genuínos estavam aos poucos se apagando. Por dentro, não brilhava mais. E isso começava a refletir e respingar. Sua saúde não é mais a mesma; suas batidas estão desregradas; a sintonia falha.
Você é boa, mas precisa manter essa constância, senão, não serve. Essa frase ela ouvia o tempo todo, de várias formas, mesmo quando não ditas.
Situações como essa, acontecem corriqueiramente com muitas pessoas. Mas essa é a história da valente mulher, que se doa por inteiro, que sofre pela tristeza e problemas dos que a rodeiam (e que às vezes nem conhece), que se entusiasma e chora de alegria por cada vitória dos seus e que luta por um mundo mais justo e de paz.
O que essa mulher precisa?
Força? Paz?
Não. Um colo é suficiente!
Revisão: Stefânia – @tevejomae.