Escrevi o texto a seguir após um relato de uma mãe com seu filho autista e o quanto a escola não era inclusiva ao ponto de ela se perguntar o porquê… e concluir que o erro estava nela.
Fiquei pensando sobre isso, eu tenho muitas angústias também… Digo a todas e em especial a você:
Somos muito mais do que achamos. Olho para o seu filho e vejo nele traços que gostaria que estivessem no meu quando ele se tornar adolescente…
Ele pode não ser incluído como a gente sonha, como gostaríamos, e há leis que existem justamente para tensionar esse e outros direitos dos nossos pequenos.
Apesar de tudo (e com isso não estou dizendo que devemos descansar, claro que não) vejo nele um sujeito de sua própria voz, que sabe se colocar diante dos outros e sustentar seus valores, suas próprias diretrizes.
E isso é tanto!
Eu estou nessa estrada que é atravessar o mestrado, não sem desafios e esforços além do que eu imaginava ser necessário – ou seja, às vezes, (eu diria inevitavelmente) é preciso lidar com as adaptações, com o que emperra, com aquilo que aparece sem a menor previsão.
Você me inspira porque, dentre muitas razões, é uma mulher, mãe, profissional amiga e além de tudo isso, contribui para que ele pintasse suas telas lindas, estivesse em lugares tão maravilhosos.
Através da história de vocês eu posso sonhar com isso.
Meu filho ainda tem três anos, mas já vislumbro o envelhecer dele e como me organizar sobre isso. Obrigada!
Incluído ou não, nos moldes tradicionais, ele é um artista que eu tenho muito orgulho de acompanhar.
Parabéns pelo seu percurso e por tudo que você representa para nós.
Embora entre o eco e a voz – essa é minha tese – tenha que haver uma aposta no sujeito que os nossos pequenos (e grandes) se tornarão – e isso é muito singular, também existimos de forma coletiva, como apoio e ouvidos umas às outras.
Não estamos a sós sempre e isso é um pouco do que vi até agora comigo e conosco.
Obrigada!
Autora: Samara Fernandes da Silva – @samara.teeshirts.
Texto revisado por Vanessa Menegueci.