Trabalho fora desde os meus 13 anos. Tudo estava indo bem, até minha filha sair da creche que era em tempo integral para ir à escola de meio período, a partir disso, as preocupações já começaram. Comecei a me perguntar “com quem deixar?” “o que devo fazer?” foi quando pedi meu gerente para me mandar embora.
A partir daí, comecei a me dedicar inteiramente aos meus filhos e à casa. Nesse período, engravidei de novo, dessa vez, uma menina. Levei a gestação numa boa e quando fui pra uma consulta normal de rotina (isso já aos 9 meses de gestação) não conseguiram ouvir o coração da minha bebê, chamaram uma ambulância pra mim e lá foi constatado que já não tinha mais vida, então fizeram uma cesárea e retiraram minha filha já sem vida!
Foi muito difícil dar essa notícia para a minha filha caçula que já almejava tanto essa irmã, foi doloroso, mas nos unimos e nos fortalecemos dia após dia.
Dois meses depois, engravidei novamente! Confesso que fiquei com medo, misturado com angústia. Minha gestação, dessa vez, correu de uma forma saudável e veio ao mundo o nosso caçula, João Philipe!
A partir daí, começaram as minhas dúvidas sobre ser uma boa mãe, hoje mesmo perdi a paciência porque não consigo, muita vezes, fazer o básico. Meu filho mais velho até me ajuda, mas não posso colocar essa responsabilidade nele, fico me julgando achando que se Deus levou aquela bebê é porque eu não tava preparada para ter filhos porque, como já disse no começo, sempre trabalhei, nunca soube como ser mãe em tempo integral e perdi muitas fases dos meus filhos, e agora com meu bebê, tenho essa oportunidade mas me culpo todos os dias por não ser uma boa mãe.
Autora: Simone Neves, tenho 37 anos e 3 filhos um de 21 anos, uma menina de 8 anos e um bebê de 1 ano e 4 meses.