Poesia – Carta à criança que fui

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Carta à criança que fui

Escrevo para a criança que fui,
como quem estende um abraço
que o tempo negou.

Perdão por ter acreditado
nas palavras duras,
nas vozes que feriram
quando deviam ensinar o amor.

Você não foi um erro.
É luz rara,
é beleza inteira,
é perfeita como é.

À menina que sentiu rejeição,
digo: você cresceu forte
não pelos traumas,
mas porque escolheu se amar.

Perdão por ter tentado abraçar o mundo
e esquecido de se acolher primeiro.

Hoje, sendo mãe,
entendo o verdadeiro sentido do perdão.
Perdoo-me pelos caminhos em vão,
pelas curas que busquei fora
quando o remédio sempre esteve aqui dentro.

Hoje, eu me escolho.
Escolho a paz.
Escolho florescer.
Para que minha filha, ao olhar para mim,
veja um espelho de amor,
e não de dor.

Por Marina Lopes – @htmldc

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