Na Rede Social da Maternidade, Kétina Allen da Silva Timboni -@ket.allent
Abro minha rede social e me deparo com um universo de opiniões, dicas, alertas e histórias sobre maternidade. A cada scroll, uma nova perspectiva surge: o doutor recomenda febre de 38 graus como cuidado, enquanto a professora montessoriana fala sobre autonomia e respeito ao ritmo do bebê. Na loja, uma promoção de joguinhos de madeira me convida a estimular a criatividade, e uma amiga compartilha como a criação Reggio transforma o cotidiano do seu filho.
No feed, uma receita de lanche saudável sem açúcar aparece como uma luz no fim do túnel para quem tenta equilibrar alimentação e praticidade. Uma nutricionista explica o BLW, e uma influencer mostra o uso do bico enquanto espera o segundo filho (porque ainda não dá para tirar!). Enquanto isso, Rihanna — na sua terceira gestação — mostra o seu tempo de ser mãe.
As notícias não deixam de alertar: as UTIs infantis estão cheias, a bronquiolite preocupa, e o fisioterapeuta pélvico explica que espirrar e fazer xixi ao mesmo tempo é um problema. O neurologista reforça a importância de atitudes responsivas dos pais, e o psicanalista lembra que aprender sobre parentalidade é fundamental.
No meio de tudo isso, uma criança na apresentação da escola diz que a mãe está cansada. Um coach compartilha como a paternidade mudou sua vida. Uma pesquisadora aponta que muitas mães deixam cargos de trabalho após o nascimento do bebê, enquanto uma professora universitária garante que dá para pesquisar e ser mãe ao mesmo tempo.
A ciência revela que o gasto energético no parto normal é como uma maratona, e a doula reforça que o parto normal é melhor. A amamentação no peito? O Agosto Dourado não me deixa esquecer da sua importância.
Na escola, dizem que o acesso às telas deve ser moderado, e ativistas sugerem que levar as crianças à natureza faz bem. A universidade destaca a importância da saúde mental das mães, enquanto uma dentista brinca que o silicone no dedo ajuda a limpar a gengiva.
Um artigo científico mostra que a presença do pai faz diferença no sucesso das crianças, e o posto de saúde reforça a importância dos exames no puerpério. A prefeitura lembra de não esquecer a vacina da gripe, e o governo do estado reforça o cuidado com a saúde mental das mães. O Ministério da Saúde alerta sobre exploração infantil — disque 100 para denunciar.
Deputadas pedem mais direitos às mães, enquanto uma loja vende quatro bodys por 150 reais. Uma clínica de saúde não deixa esquecer o agendamento da consulta do mês, e uma fotógrafa encanta com fotos de newborns. O psiquiatra garante que há medicamentos seguros para quem amamenta, e uma escritora discorda do mito do instinto materno. E as mães falam sobre a culpa que carregam.
A maternidade é uma teia de opiniões, emoções, descobertas e desafios. Cada uma dessas vozes mostra o quanto a cabeça materna se divide para dar atenção a tantas variáveis do que é cuidar e aprender a ser mãe.
E, mesmo com tantas informações, é preciso dar espaço para a nossa voz. Lemos muito, estudamos muito, ouvimos muito — ou seja, muita informação ocupa a nossa mente (sobrecarga materna, é você?). No entanto, não podemos esquecer que a nossa realidade, o nosso cantinho com os nossos filhos, só a gente conhece. É esse o nosso mundo. Vamos falar sobre ele?





