Um texto grande, desculpa, mas com toda franqueza e autenticidade que vivo.
Neste mês das mulheres, desejo que uma mulher que se valoriza não fique mendigando para o esposo, namorado, falas como:
— Olha, o que eu vou ganhar de presente?
— Vai me dar algo?
— Vai me levar pra jantar?
Não seja uma dessas! Vá jantar com o marido, com as amigas ou sozinha… Pegue sua bolsa e vá…
Desejo que a música do Erasmo Carlos, “Dizem que mulher é sexo frágil”, não seja uma mentira absurda, pois somos, dias, o sexo frágil e, outros, o sexo forte, como qualquer ser humano. É humano ser vulnerável!
Desejo que a sociedade respeite a diversidade, como as mulheres trans, e não fiquem tentando fazer elas serem o que não se identificam e não querem ser. Apenas desejo respeito para deixá-las viver como acharem melhor.
Respeitem as mulheres religiosas, as carnavalescas, as pardas, as negras, as amarelas, as de todos os tipos. Desejo que os pais ausentes aprendam a ser mais presentes, estarem presentes no aqui e no agora para a esposa, filhos e para a família, com todas as coisas doces e ácidas que isso implica.
Desejo paz para as mulheres e que os homens não as diminuam com dizeres que as desvalorizam, como não usar batom tal, blusa tal… Uma coisa é uma sugestão, e outra é manipulação pura para tentar despersonalizar a mulher…
Desejo que as mulheres sejam mais amigas das mulheres e as vejam como um ponto de apoio e segurança, e não como competidoras de um nada.
Desejo que as mulheres entendam quando estão chatas e procurem a paz interna e o autocontrole (assim como os homens, mas como é o mês das mulheres, logo falarei delas)!
Desejo que nenhuma mulher, por comportamento aprendido e reforçado, infernize a vida dos outros e nem a sua com tanto perfeccionismo e controle. Flexibilidade é a saída.
Desejo um 2025 com mais leveza. Ainda dá tempo! Só estamos em março!
Desejo que a mulher conheça o seu corpo e, na TPM, aprenda estratégias para não se colocar em risco ou em lugares não agradáveis e que cobrarão a conta depois. Um pequeno descontrole na TPM é só um descontrole, mas, para a sociedade, é: — Ela enlouqueceu!
Desejo que possamos demonstrar mais amor e afeto porque, muitas vezes, o mundo é um osso de roer e nós, mulheres, podemos dar um toque de amor e colori-lo com nossa ternura e acolhimento.
Por último, desejo que nenhuma data (como a do Dia das Mulheres) precise mais ser comemorada, porque teremos uma sociedade com equidade, onde seremos, sim, o sexo frágil e/ou forte — vai depender das circunstâncias.
Autora: Raquel B. Bertoletti – @psi.raquelbertoletti