Começaremos julho com essa novidade na Revista Mães que Escrevem… afinal você sabe como é nascer no Brasil?
Aliás, essa coluna foi batizada com o mesmo nome de uma pesquisa desenvolvida em todas as regiões do Brasil desde 2011, pela Fiocruz, que traz um retrato sobre as condições reais desse cenário, tanto do ponto de vista da saúde da mulher como do recém-nascido, oferecendo base para ações do Ministério da Saúde (MS). A partir dessa pesquisa, a mesma instituição também produziu dois documentários, a fim de tornar essas informações mais acessíveis, sendo narrado por mulheres brasileiras.
Estamos falando de números, percentuais, gráficos e tabelas que contam histórias das mulheres que vivenciam o ciclo gravídico-puerperal em território brasileiro. Pensa bem, você sabe como é o pré-natal oferecido para a maioria das gestantes que vivem nesse país? E a assistência ao parto, como é? Quais cuidados as puérperas recebem (recém-mães), ou não recebem? Como os recém-nascidos são recebidos nas maternidades do Brasil? E o que a voz das protagonistas dessas histórias tem a dizer?
Já adianto que esse cenário passou por transformações drásticas ao longo dos anos e o que vivenciamos, hoje, é bastante distante do ideal, que seria uma assistência respeitosa e digna, que presa pela saúde materno-infantil. Por isso, percorreremos pela história desse cenário, entenderemos os conceitos e movimentos, para enfim, compreendermos por que o que nos é ofertado está longe de ser favorável.
Há anos tem sido desenvolvidas diversas pesquisas sobre esse assunto, visando uma melhoria da assistência oferecida às mulheres que atravessam a vivência da maternidade. Mas, essas informações chegam até nós? Quem são as mulheres que conhecem e desconhecem, na pele, essa realidade? Quem são as brasileiras que tem acesso a uma assistência realmente segura?
Assim, unindo informações e vivências sobre essa fase das nossas vidas, essa coluna surge oferecendo apoio às mulheres desse país, através de uma linguagem acessível, revelando o que nos é ocultado propositalmente.
Espero que seja bom o nosso bate-papo… que as histórias contadas por aqui cheguem até você, leitora, clareando e desvelando situações cotidianas na vida das mulheres, há anos.
Afinal, ser gestante, parturiente, puérpera… ser mãe nesse país, nos aproxima de alguma forma. Vivenciar essas experiências, atravessar as diversas situações e condições que nos é imposta, nos permite compreender um pouco mais a realidade desse cenário. Mas, somos diversas! Isso também precisa estar bem claro, porque o que não me afeta pode afetar muitas outras mulheres. Omitir isso é ser leviana, e estamos aqui em busca de consciência.
Portanto, o papo vai ser reto.
Gestar um bebê requer de nós muita adaptação física, emocional, psicológica… então te convido a mais uma: Tirar a venda que o sistema delicadamente vem colocando sobre nossos olhos, e pisar firme no chão. Pois, somente assim reconheceremos as texturas, os obstáculos e as encruzilhadas desse caminho, e mesmo que estejamos longe do ideal, caminhar conscientes pelo real, nos permite buscar pequenas mudanças, isso é assumir nosso lugar político de mãe, de ser mulher, no Brasil.
Bora nessa comigo?!
Bruna Simões
Referências:
Pesquisa Nascer no Brasil: https://nascernobrasil.ensp.fiocruz.br/
Documentários Nascer no Brasil: https://portal.fiocruz.br/video-nascer-no-brasil
